Autor: LUSA/AO Online
"A urgência é
grande como demonstram as catástrofes naturais. Quando falamos de
migrações também sabemos que estas são indiretamente condicionadas pela
mudança climática", afirmou Angela Merkel na sua mensagem semanal, antes
da sua intervenção na próxima quarta-feira na COP23, que decorre na
antiga capital federal da Alemanha. Todos
os países, e especialmente as potências mais industrializadas, "entre
as quais se inclui a Alemanha", recordou - devem contribuir "para o
objetivo de que o aumento da temperatura [da Terra] fique abaixo de 2
graus, se possível de 1,5 graus", continuou a líder alemã. Merkel
insistiu que a situação agora é muito mais premente do que na década de
1990, aludindo à sua própria experiência como ministra do Meio
Ambiente, de 1994 a 1998, pelo que afirmou que não é possível permitir
mais atrasos para que "as coisas mudem de uma vez". Para isso, disse, é
preciso o compromisso de todos os envolvidos. A
Alemanha reduziu as suas emissões de gases de efeito estufa em 20%,
entre 1990 e 2010, e estabeleceu o mesmo objetivo para a próxima década,
até 2020, lembrou a chanceler, afirmando-se comprometida com essa meta. A
cimeira das Nações Unidas de Bona de Bona, que arrancou a 06 de
novembro e termina a 17, é marcada pela decisão do presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, de os Estados Unidos abandonarem o Acordo
de Paris o mais rápido possível, o que será efetivo no final de 2020. O
Acordo de Paris foi conseguido em dezembro de 2015 e entrou em vigor em
novembro de 2016, com o objetivo de juntar os esforços de todos os
países para reduzir as emissões e conseguir limitar a subida da
temperatura do planeta aos 2.ºC ou, preferencialmente, 1,5.ºC. A
delegação oficial dos Estados Unidos na COP23 é pequena, mas há várias
iniciativas assinadas por presidentes de câmara, senadores e
governadores dos estados dos Estados Unidos da América, quer
republicanos quer democratas, determinados em demonstrar que o país
continua comprometido com a luta contra as mudanças climáticas. Entre
as presenças mais proeminentes na COP23 está o ex-vice-presidente dos
Estados Unidos, Al Gore, que se tem evidenciado na luta contra as
mudanças climáticas. A cimeira conta ainda com a presença de Michael
Bloomberg, ex-presidente da Câmara de Nova Iorque. Os
Estados Unidos podem tornar-se o único país a ficar de fora do
compromisso global de luta contra as alterações climáticas, uma vez que
outros que estavam à margem – Nicarágua e Síria - anunciaram a intenção
de subscrever o Acordo de Paris. A COP23 entrará na próxima semana na sua ronda decisiva.