Membro da direção do Chega/Açores pede impugnação das eleições internas
13 de abr. de 2021, 14:18
— Lusa/AO Online
“Esse processo eleitoral
está cheio de incongruências. Existem regras que têm de ser cumpridas e
que não foram. Perante isso, eu não acredito que no dia 01 de maio haja
as eleições”, declarou Fernando Mota à agência Lusa.O
dirigente criticou o presidente demissionário Carlos Furtado por ter
“desrespeitado” os estatutos e o regulamento eleitoral do partido.“Estamos
num país democrático e num partido democrático. Isso do ‘eu sou o
partido e eu é que mando’ acabou em 1974. Temos uma direção e as coisas
têm de ser decididas e expostas na direção”, assinalou.Na
exposição que o dirigente enviou ao Conselho de Jurisdição Nacional do
Chega, a que a agência Lusa teve acesso, lê-se que não existe “evidência
oficial” da demissão do atual líder regional e recandidato Carlos
Furtado.“O presidente do partido
Chega/Açores, Carlos Furtado, diz que se demitiu sua presidência e que é
novamente candidato à sua liderança, embora não exista evidência
oficial do ato de demissão ou candidatura”, lê-se no documento.Na
exposição, Fernando Mota afirma que Carlos Furtado convocou no dia 01
de abril, via sms, uma reunião de direção para “esse mesmo dia”, o que
vai contra os estatutos do partido.“A
reunião ocorreu sem ordem de trabalhos e foi decidida a convocação de
ato eleitoral de presidente do Chega/Açores a ocorrer no dia 01 de maio
2021. Da reunião não existe ata, oficial ou oficiosamente, datada e
assinada ou ratificada pelos participantes na mesma”, destaca o
dirigente.Na missiva enviada ao Conselho
de Jurisdição, Fernando Mota realça que, da reunião da direção, “não
existe evidência, oficial ou oficiosamente, de decisão da demissão do
presidente do partido Chega/Açores”.O
membro da direção regional acrescenta ainda que a “convocatória de atos
eleitorais é feita obrigatoriamente no site oficial do partido Chega,
com antecedência mínima de vinte dias sobre a data do ato eleitoral”.“Coloca-se,
à consideração, a interpelação do Conselho de Jurisdição Nacional do
partido Chega, com ou sem conhecimento da sua fundamentação aos órgãos
regionais do partido Chega/Açores, impugnando todos os procedimentos”,
lê-se na exposição.E conclui: “impugna-se,
a ocorrência de demissão do presidente do Chega/Açores e bem assim
impugna-se a convocatória de ato eleitoral para eleição de presidente do
Chega/Açores".Estas eleições surgem
depois de, a 14 de março, ter sido tornado público que Furtado
apresentara a sua demissão por causa de divergências com José Pacheco,
secretário-geral e também deputado regional.A 03 de abril, o então candidato à liderança regional do Chega/Açores,
José Pacheco, disse desconhecer a data avançada para as eleições
internas na estrutura regional, levando Carlos Furtado a criticar a
deslealdade de Pacheco.A 06 de abril,
José Pacheco revelou que não iria ser candidato à liderança da estrutura
regional do partido, ao contrário do que tinha anunciado, por entender
que tem o “dever” de “acabar” com as “divergências”.