Meloni diz a NATO que pode contar com o seu país na Ucrânia
10 de nov. de 2022, 17:58
— Lusa/AO Online
Meloni sublinhou a
“lealdade” do seu país à NATO (Organização do Tratado do
Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e a intenção de a
“reforçar”, na sua primeira reunião com o secretário-geral da
organização, Jens Stoltenberg, que decorreu hoje em Roma.“Somos
uma nação séria e leal; demonstrámo-lo até agora e continuaremos a
demonstrá-lo”, assegurou numa conferência de imprensa conjunta a até
agora dirigente dos Irmãos de Itália (FdI, extrema-direita), que é,
desde 22 de outubro, a primeira mulher a chefiar um Governo em Itália.Meloni,
que lidera o primeiro Governo mais à direita de Itália desde o final da
Segunda Guerra Mundial, tem prestado um firme apoio à Ucrânia na
guerra. Os seus dois principais parceiros de coligação, o
ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi e o líder da Liga, Matteo
Salvini, nunca esconderam as suas relações próximas com o Presidente
russo, Vladimir Putin.Alguns dias antes de
Meloni receber a missão de formar um novo Governo, Berlusconi gabou-se
de ter retomado o contacto com Putin e de terem trocado presentes e
mensagens “simpáticas” por ocasião do 70.º aniversário do chefe de
Estado russo.Meloni reagiu às declarações de Berlusconi advertindo-o de que não havia lugar no seu Governo para quem apoiasse a Rússia.Assumindo
uma firme posição pró-Aliança Atlântica, Meloni disse a Stoltenberg que
a melhor forma de defender a segurança europeia é mantendo os países
unidos, insistindo que a “dimensão transatlântica e europeia são
obviamente fundamentais para a segurança” de Itália e que a Aliança é
“indispensável para a prosperidades e segurança” das respetivas
sociedades.“Sem segurança, não haveria
crescimento nas nossas sociedades, e juntos devemos defender os valores
comuns da nossa identidade ocidental”, declarou, numa conferência de
imprensa conjunta com Stoltenberg, que recebeu pela primeira vez no
romano palácio Chigi, sede do Governo.Assim,
sobre a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro deste ano, afirmou:
“Dado o nosso principal desafio atualmente, Itália defende firmemente a
integridade territorial, a soberania e a liberdade desse país”.“A
coesão política da Aliança e o nosso total compromisso em apoiar a
causa ucraniana são, da nossa perspetiva, a melhor resposta que os
aliados da NATO podem dar”, defendeu.Stoltenberg,
por sua vez, agradeceu a Meloni o contributo de Itália até agora, que
disse ascender a “centenas de milhões de euros” em ajuda humanitária e
financeira à Ucrânia e liderar o contingente de combate da NATO na
Bulgária, entre outros papéis de liderança na Aliança.A
nova chefe do executivo italiano debateu também com Stoltenberg a
necessidade de promover uma atenção da organização “a 360 graus”, que
também se dirija ao sul do continente europeu, ou seja, ao Mediterrâneo.E
defendeu igualmente a “manutenção da primazia tecnológica que desde há
séculos permite ao Ocidente viver em segurança e ser relevante”.