Mélenchon pede a Macron que forme governo e consulte esquerda
França
11 de jul. de 2024, 10:57
— Lusa/AO Online
"Somos
influenciados pelo facto de o homem que dissolveu a Assembleia Nacional
não estar a chamar ninguém para formar um governo. É quarta-feira, há
três dias que conhecemos o resultado das eleições", afirmou Mélenchon a
partir de Bruxelas, depois de participar na reunião do grupo de Esquerda
europeu.Segundo Mélenchon, "não há nenhum sinal de que haja qualquer intenção de dar início a uma resposta à situação".Nas
eleições legislativas, a coligação de esquerda Nova Frente Popular
obteve 182 lugares, ficando à frente da aliança centrista de Macron, com
168, e da União Nacional (RN, em francês) partido de extrema-direita,
com 143 lugares.O resultado das eleições,
adiantou, deveria "pelo menos ter inclinado" Emmanuel Macron "a
consultar um pouco" sobre o que dizer na Cimeira da NATO em Washington,
onde o Presidente francês se encontra.Para Mélenchon,
a coligação de esquerda Nova Frente Popular também deveria ter uma
palavra a dizer na nomeação do novo comissário europeu francês, um cargo
para o qual Macron quer voltar a nomear o atual comissário para o
mercado interno, Thierry Breton.Paralelamente,
o líder da esquerda francesa salientou que o bloco político que ganhou
as eleições - e mais especificamente a LFI, com mais assentos dentro da
coligação - deve ter a capacidade de nomear um primeiro-ministro, embora
ao mesmo tempo reconheça que "é melhor que haja acordo sobre o nome" e
"é isso que todos estão a tentar fazer".Até
ao momento, nem Emmanuel Macron nem a Nova Frente Popular, que venceu
as eleições legislativas de domingo frente ao partido presidencial e à
extrema-direita, fizeram qualquer progresso na nomeação consensual de um
candidato para o cargo de primeiro-ministro.Apesar
dos partidos da Nova Frente Popular terem dado a si próprios um prazo
até ao final desta semana para chegarem a acordo sobre um nome, os nomes
que emergem aumentam a incerteza num país que ameaça cair na paralisia
institucional se não conseguir um governo estável.O
Presidente francês, Emmanuel Macron, quebrou hoje o silêncio que
mantinha desde as eleições legislativas, declarando que as "forças
republicanas" devem empenhar-se em construir "uma maioria sólida", para
conseguir um primeiro-ministro suficientemente consensual para não ser
derrubado de um momento para o outro numa moção na Assembleia Nacional
francesa."Peço a todas as forças políticas
que se identificam com as instituições republicanas, o Estado de
direito, o parlamentarismo, a orientação europeia e a defesa da
independência francesa que dialoguem de forma sincera e leal para
construir uma maioria sólida, necessariamente plural, para o país",
escreveu o chefe de Estado francês, numa carta aos franceses publicada
na imprensa regional.