Medina reconhece que processo de Alexandra Reis “obviamente não correu bem”
TAP
6 de jan. de 2023, 17:48
— Lusa/AO Online
Numa audição na Comissão de
Orçamento e Finanças do parlamento, a propósito do caso que envolve a
TAP e Alexandra Reis, feita após um requerimento do PSD, a deputada da
Iniciativa Liberal Carla Castro perguntou a Fernando Medina se, com os
elementos de que agora dispõe, “tem a humildade de reconhecer que alguma
coisa não correu bem no processo”.“É evidente que eu assumo que as coisas, obviamente, não correram bem com o processo de designação”, respondeu Fernando Medina. O
governante reconheceu que “não é adequado fazer-se uma indicação e uma
nomeação de um membro do Governo que depois se constata, poucas semanas
depois da sua nomeação, que, por circunstâncias que não eram conhecidas à
data da sua proposta de nomeação, colocam em causa a sua autoridade
política”. “É evidente que, se eu pudesse ter evitado isso, teria evitado isso”, sublinhou. Interrogando-se
se, caso conhecesse o que conhece hoje, teria feito a proposta de
nomeação de Alexandra Reis, Medina respondeu de seguida: “Não, não
teria”. “Mas eu não tinha essa informação à
data que fiz essa proposta e a informação de que eu dispunha era uma
informação não só sólida sobre o currículo, sólida sobre o desempenho
(…) e sólida já não só no seu currículo mais passado, mas também no seu
currículo próximo que foi junto de duas empresas do Estado”, reiterou. O
ministro das Finanças salientou que Alexandra Reis “não era uma pessoa
que estivesse muito longe, distante, sobre a qual não houvesse
elementos” conhecidos, reforçando que a ex-secretária de Estado do
Tesouro “reunia as condições” necessárias para o cargo.“É
evidente que as coisas não correram bem, é evidente que gostaria de que
o país tivesse sido poupado a este desgaste e a esta situação, que o
Governo também”, reiterou Fernando Medina.E
acrescentou: “Posso só dizer que não tinha informação à data que me
pudesse ter feito evitar um desfecho que, para mim, se tornou inevitável
tomar essa decisão - que também não foi fácil ser tomada - que é de
pedir a alguém que apresente a sua demissão poucas semanas depois de ter
sido convidada para o exercício de funções”. Nesta
intervenção, Medina quis ainda “deixar claro” que a avaliação pedida à
Inspeção-Geral das Finanças (IGF) é “um processo de indemnização que foi
atribuída por uma empresa” a Alexandra Reis. “Não foi auto atribuída pela própria, que isto fique claro”, vincou.