Medina destaca "coligação pela liberdade" entre cidades globais como Lisboa
7 de nov. de 2017, 18:39
— Lusa/AO online
“Nos últimos anos, as grande cidades, as cidades globais, estão muito
mais fortes, estão a criar laços comuns. Há mais em comum entre elas do
que existe entre as forças que estão a lutar contra a globalização e as
forças do mundo”, disse Medina.Segundo
o presidente da Câmara de Lisboa, “as grandes cidades globais estão a
criar uma coligação para lutar pela liberdade, pela abertura, pela
diversidade, porque ganhar esta luta é uma condição para a sobrevivência
do que fez destas cidades grandes”.Fernando
Medina, que falava no encerramento do primeiro dia do “Forum”, um
espaço restrito de debate inserido na Web Summit, a decorrer em Lisboa,
lembrou as “grandes dificuldades” atualmente enfrentadas pelos governos
nacionais e afirmou que o mundo está atualmente a assistir “à emergência
de cidades globais”.“Cidades
que sabem que a luta contra a desigualdade, a diversidade e a criação
de oportunidades para todos é a condição para o seu sucesso como
ecossistemas e para o seu posicionamento relativamente ao futuro”,
afirmou.Na sua
intervenção, o autarca alertou para a necessidade de não se descurar a
importância da política em face da revolução tecnológica atual,
lembrando a história recente da Europa.“Os
tempos que estamos a viver já aconteceram no passado (…) Os grandes
ímpetos de globalização conseguido na transição do século XIX para o
século XX foi destruído pela política. A primeira guerra mundial
destruiu a globalização. Depois disso tivemos depressão, a II Guerra
Mundial e só depois disso conseguimos voltar a construir um mundo
global. Temos de discutir a tecnologia, os seus reflexos, mas nunca nos
podemos esquecer que é a política que vai decidir a cadência deste
progresso e o aprofundamento deste mundo global”, observou.Fernando
Medina lembrou, a propósito, os alertas deixados na abertura da Web
Summit pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres,
relativamente às grandes questões das desigualdade e alterações
climáticas. “O
efeito combinado destes dois problemas está na origem de mudanças
políticas, nomeadamente nos Estados Unidos, relativamente ao ‘Brexit´ ou
a crise de terrorismo que temos um pouco por todo o mundo ou as
migrações. As grandes questões precisam de uma resposta política. E não
devemos desvalorizar estes problemas e a importância de os resolver no
contexto de tudo o que se está a falar nesta conferência”, assinalou.Para o presidente da Câmara de Lisboa, o tempo não é de “discutir teorias”, mas de “lidar com as consequências políticas”.“Quando
vemos alterações à composição de governos em todo o mundo, quando
olhamos para os Estados Unidos, quando vemos emergir um ambiente que a
minha geração julgava extinto desde o final da II Guerra Mundial,
devemos estar preocupados, devemos estar alerta e devemo-nos mobilizar”,
disse.