Medidas no verão não podem ser descuradas “nem por um momento”
Covid-19
21 de mai. de 2020, 17:51
— Lusa/AO Online
“Os
cidadãos não podem descurar as medidas porque nós não sabemos [se o
calor tem influência no abrandamento]. Este vírus ainda não se deixou
estudar completamente. Há coisas que não sabemos e temos de ter a
humildade de dizer que não sabendo, temos de continuar a vigiá-lo e a
tomar medidas para o pior cenário”, disse Graça Freitas.A
diretora-geral da Saúde, que falava aos jornalistas na conferência de
imprensa diária de ponto de situação sobre a pandemia de covid-19 em
Portugal, foi questionada sobre estudos e teorias que dão conta de que o
novo coronavírus, que é já responsável pela morte de mais de 328 mil
pessoas, reage bem ao calor.“A questão da
temperatura é uma questão que todo o mundo acompanha com ansiedade. Os
outros coronavírus, os quatro que são sazonais, são sazonais porque
aparecem sobretudo no outono e no inverno e começam a ter uma atividade
muito baixa na primavera e no verão. Se este vírus tiver este
comportamento vamos ter um alívio de casos no verão, mas não temos a
certeza”, sublinhou a diretora-geral.Graça
Freitas frisou a necessidade de “continuar a vigiar” e, como exemplo
face à incerteza do comportamento do vírus, lembrou o caso de Singapura.“Não
podemos nem por um momento descurar a vigilância epidemiológica, a
monitorização dos casos, o isolamento dos casos. Estamos todos, à escala
planetária, à espera do verão para ver o comportamento do vírus.
Singapura está no Equador e teve surtos. É um país quente e teve de
controlar casos. Temos de ter cuidado e estar muito atentos em relação à
temperatura”, concluiu.