Medidas adotadas pelos países perante surto na China são “compreensíveis”
Covid-19
30 de dez. de 2022, 09:42
— Lusa/AO Online
“Na ausência de
informações completas da China, é compreensível que os países estejam a
adotar medidas que acreditam proteger o seu povo”, salientou o
responsável da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, através da rede social
Twitter.Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou
que já tinha alertado que, para fazer uma avaliação de risco abrangente
da situação de covid-19 na China, são necessárias “informações mais
detalhadas”.“Continuamos preocupados com a
evolução da situação e continuamos a incentivar a China a rastrear o
vírus covid-19 e a vacinar as pessoas de maior risco. Continuamos a
oferecer o nosso apoio para o atendimento clínico e proteção do seu
sistema de saúde”, realçou ainda.Por outro
lado, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na
sigla em inglês) considerou hoje injustificada a despistagem obrigatória
da covid-19 na União Europeia (UE) para os viajantes oriundos da China,
onde as infeções aumentaram significativamente, sustentando que os
países europeus "têm níveis de imunização e vacinação relativamente
elevados" e que as variantes do coronavírus SARS-CoV-2 "em circulação na
China já circulam na UE".Já a União
Europeia absteve-se hoje de seguir, para já, a decisão da Itália de
exigir testes à covid-19 aos viajantes provenientes da China que chegam
aos seus aeroportos, mas prometeu manter-se vigilante e pronta a agir em
conjunto.A Itália tornou obrigatória a
testagem à covid-19 para quem chega da China aos seus aeroportos. Mais
de 50% das pessoas rastreadas à chegada ao aeroporto de Malpensa, em
Milão, estavam infetadas.A
primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aumentou a pressão sobre a
União Europeia para aderir à abordagem do seu Governo, ao defender que a
testagem de todos os passageiros da China "só é eficaz se [tal] for
feito a nível europeu", notando que muitos chegam em voos de ligação
através de outros países europeus.Após
restrições rigorosas de viagem no auge da pandemia, a União Europeia
regressou este outono a um sistema pré-pandemia de viagens livres, mas
os países-membros concordaram que um "travão de emergência" pode, se
necessário, ser ativado num curto período de tempo para enfrentar um
desafio inesperado.Portugal não prevê o reforço das medidas de controlo e mitigação da pandemia.Em
resposta na quarta-feira à Lusa, o Ministério da Saúde assegurou, no
entanto, que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação
epidemiológica na China "em articulação com os parceiros europeus e
organismos internacionais".Os Estados
Unidos anunciaram nesse dia novos requisitos de testes à covid-19 para
todos os viajantes da China, juntando-se a alguns países asiáticos que
impuseram restrições devido a um aumento de infeções.O
Japão exigirá um teste à covid-19 negativo aos viajantes da China, a
Malásia anunciou novas medidas de rastreio e vigilância. Índia, Coreia
do Sul e Taiwan estão também a exigir testes para visitantes da China.