Médicos dos Açores vão ganhar mais 25%, em regime de “dedicação plena”
13 de dez. de 2024, 10:12
— Lusa/AO Online
“Este é
um diploma que pode ser uma mais-valia e um contributo importante para a
fixação de médicos na região”, justificou Mónica Seidi, secretária
regional da Saúde e da Segurança Social, durante a apresentação da
proposta em plenário, reunida na Horta, acrescentando que esta medida
foi “devidamente negociada” com os sindicatos do setor.São
abrangidos pela nova legislação, aprovada por maioria (apenas com a
abstenção do Bloco de Esquerda), os trabalhadores médicos que manifestem
interesse em aderir, individualmente, a este regime, na área de
cuidados de saúde geral e familiar, na área hospitalar, na área de saúde
pública e na área da medicina de trabalho.“Ao
contrário do que acontece a nível nacional, este regime não é
obrigatório, é facultativo”, explicou a governante, adiantando que o
número mínimo de horas extraordinárias anuais que os profissionais de
saúde têm de desempenhar (200 horas), é inferior ao mínimo exigido na
legislação nacional.Em resposta a uma
questão colocada pelo deputado José Toste, do Partido Socialista, que
pretendia saber qual o impacto financeiro desta medida no Orçamento da
Região, a secretária regional da Saúde disse que a “dedicação plena”
poderá custar, no máximo, 6 milhões de euros/ano, caso todos os médicos
adiram a este regime.Mas António Lima,
deputado do Bloco de Esquerda, entende que esta medida “não trará,
certamente, uma mais-valia de fundo para o Serviço Regional de Saúde”,
já que não irá representar “uma atração de profissionais de saúde para a
região”, apesar da escassez de médicos que existe no arquipélago.Mónica
Seidi disse esperar, mesmo assim, que após a publicação desta nova
legislação, surjam várias candidaturas de profissionais de saúde a este
regime de “dedicação plena”, uma vez que o diploma agora aprovado, traz
“contrapartidas” para os médicos que aceitem realizar mais horas
semanais de “atividade assistencial”.Durante
o debate parlamentar que se gerou, em torno deste decreto legislativo
regional, apresentado pelo executivo liderado pelo social-democrata José
Manuel Bolieiro, voltou a falar-se no subfinanciamento crónico do
Serviço Regional de Saúde, que obrigou o Governo a reforçar o orçamento
para o setor, em cerca de 50 milhões de euros, para 2025.