Médicos de saúde pública recomendam comparticipação de duas novas vacinas para a pneumonia

1 de dez. de 2022, 01:52 — Lusa /AO Online

“A pneumonia continua a ser um fator de risco de mortalidade importante que pode ser minimizado de forma substancial e essas duas novas vacinas vêm trazer uma nova esperança no combate a esta doença”, disse à Lusa o presidente da ANMSP.Nesse sentido, a associação divulgou hoje uma recomendação para que seja equacionada a comparticipação das vacinas Pn15 e Pn20, de “modo a garantir um acesso equitativo dos cidadãos a uma proteção imunológica mais robusta”, e para que a Direção-Geral da Saúde atualize a sua norma sobre a vacinação pneumocócica.Estas vacinas destinam-se a idosos com 65 ou mais anos e pessoas a partir do 18 anos com comorbilidades.Segundo Gustavo Tato Borges, as duas novas vacinas já estão disponíveis no mercado e à venda em Portugal, mas não são comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde, uma situação que deve ser alterada “para que o mais depressa possível a população possa ser protegida”.“São inovações no campo da farmacologia que vão permitir uma melhor proteção para as pneumonias e para a população mais idosa”, disse o médico, ao salientar que as novas vacinas conjugadas “trazem maior capacidade de produção de anticorpos e uma proteção mais duradoura”.Gustavo Tato Borges salientou ainda que a pneumonia continua a ser “um dos principais fatores de risco e causa de mortalidade na população mais idosa”, estando subdiagnosticada nessa população.A recomendação da ANMSP refere que, em 2016, as infeções pneumocócicas das vias aéreas inferiores foram responsáveis por mais de um milhão de mortes a nível mundial, com uma incidência de 26,7 por 1.000 pessoas para todos os grupos etários.Segundo o documento, uma tendência de aumento da incidência foi também registada em Portugal no período entre 2015 (1,4 casos por 100.000 habitantes) e 2017 (1,6 casos por 100.000 habitantes).“Para aumentar a proteção imunológica da população mundial, a indústria farmacêutica tem feito esforços para desenvolver vacinas com uma maior cobertura dos serotipos em circulação e, em 2022, foram lançadas no mercado duas novas vacinas pneumocócicas conjugadas: uma com cobertura para 15 serotipos (Pn15) e outra para 20 serotipos do S. pneumoniae (Pn20)”, explica ainda a recomendação.