Médico da seleção dinamarquesa diz que “depende” de Eriksen o regresso ao futebol
13 de out. de 2021, 17:21
— Lusa/AO Online
“Há várias coisas
em curso no momento. [Voltar a jogar futebol] depende do Christian.
Depois dos testes que ele está a fazer, se se sentir confortável, cabe a
ele e à família a decisão”, disse, no âmbito da videoconferência
“Planeamento integrado de segurança médica”, promovida pela Liga
Portuguesa de Futebol Profissional.Autor
de 36 golos em 109 jogos pela seleção nórdica, o médio ofensivo, de 29
anos, não compete desde que caiu inanimado ao minuto 43 do embate com a
Finlândia, para o Grupo B, tendo sido reanimado com recurso a um
desfibrilhador, depois de ter sido dado como “clinicamente morto” por
“alguns segundos”.O jogo realizado no
Parken, em Copenhaga, acabou por ser reatado duas horas depois, com a
Finlândia a vencer por 1-0, mas Morten Boesen assumiu ter sido “muito
difícil” lidar com o grupo treinado pelo selecionador Casper Hjulmand
nesse dia e no dia que se seguiu.“Tive
ajuda de especialistas externos em crises. As pessoas reagem de forma
diferente, e isso também aconteceu com os jogadores. Foi uma cena muito
traumática. Depois de a ver, criam-se diferentes cenários na cabeça.
Felizmente, tivemos a ajuda do governo dinamarquês”, lembrou o médico,
também responsável pelo departamento clínico do FC Copenhaga desde 2005.Questionado
sobre a eficácia dos procedimentos médicos seguidos, Morten Boesen
vincou que o protocolo para o Euro2020 “funcionou bem”, mas avisou que
um modelo tão “detalhado” como o que vigorou na competição pode “não
funcionar” em “todas as ligas”, nomeadamente nas amadoras.“Nas
ligas mais baixas e nos campeonatos amadores, não há a preparação que
temos. Nas competições de seleções, temos tudo preparado para tomar
conta da maioria das emergências. Mas devemos estar sempre preparados
para estádios que não estão próximos de um hospital e que não têm todas
as condições”, explicou.O especialista
referiu ainda que, nos jogos em que a Dinamarca atua como equipa
visitante, procura inteirar-se da “preparação do jogo” elaborada pela
formação organizadora, para que tenha consciência do que “deve ser
feito” em termos de emergência.Convencido
de que a FIFA pode organizar mais iniciativas sobre os episódios de
emergência médica no futebol, Morten Boesen realçou que a comunicação
social tem dado uma importância crescente ao assunto, que se repercute
no interesse das pessoas.“Os média falam
muito sobre o assunto. Os efeitos colaterais na Dinamarca têm sido
enormes. Há um tremendo número de voluntários a participar em cursos
relacionados com a prevenção e o socorro de doenças cardíacas”,
adiantou.