Medicamentos genéricos pouparam 362 ME este ano ao Estado e às famílias
14 de out. de 2020, 11:39
— Lusa/AO Online
“Os cidadãos
passam a poder consultar, em tempo real, em
https://apogen.pt/index2.php, o valor da contribuição dos medicamentos
genéricos para a economia portuguesa, que atravessa uma recessão sem
precedentes”, referem em comunicado conjunto a Associação Nacional das
Farmácias (ANF) e a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e
Biossimilares (APOGEN), promotores da iniciativa.Dados
avançados à Lusa estimam que, de janeiro de 2011 a agosto de 2020, os
medicamentos genéricos dispensados nas farmácias comunitárias geraram
poupanças superiores a quatro mil milhões de euros.As
poupanças conseguidas para o Estado e utentes com a dispensa de
genéricos têm apresentado “um crescimento significativo de ano para
ano”.Em 2018 a poupança foi de mais 22,8
milhões de euros do que no ano anterior, em 2019 de mais 23,3 milhões de
euros. Este ano, até agosto, comparativamente com o período homólogo o
aumento foi de 12,7 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento
de 4,3%.“Os medicamentos genéricos são
ainda mais importantes em épocas de crise, como esta que estamos a
viver, pois além da qualidade inquestionável, são financeiramente
acessíveis, permitem tratar mais cidadãos e são um pilar da
sustentabilidade financeira do SNS”, afirma o presidente da APOGEN, João
Madeira, citado no comunicado.O
presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, adianta, por seu turno, que “as
poupanças com os medicamentos genéricos permitem ao Estado libertar
recursos para financiar o acesso à inovação terapêutica, que é
imprescindível, mas tem custos muito elevados”. “Os
farmacêuticos portugueses estão sempre do lado da sustentabilidade do
SNS e da igualdade dos cidadãos no acesso à Saúde”, declara Paulo Cleto
Duarte.A ANF e a APOGEN apelam ao Estado
para criar condições para “a sustentabilidade da cadeia de valor que
produz, distribui, comercializa e dispensa medicamentos genéricos,
porque isso é indispensável à sustentabilidade do SNS e ao direito
fundamental dos cidadãos à proteção na Saúde”.Segundo
a HMR - Health Market Research, os genéricos mais vendidos em Portugal
são para o tratamento do colesterol elevado, seguidos dos medicamentos
utilizados para diminuir a acidez do estômago, curar ou facilitar a
cicatrização da úlcera e prevenir ou tratar qualquer inflamação na
mucosa do trato gastrointestinal.Em
terceiro lugar encontram-se os medicamentos antidepressivos e
estabilizadores do humor, e em quarto lugar os analgésicos não
narcóticos e antipiréticos.O último
relatório do Infarmed sobre a “Monitorização do consumo de medicamentos
em meio ambulatório” indicava que, em junho deste ano, o preço médio dos
medicamentos de marca era de 17,16 euros, enquanto o preço médio dos
medicamentos genéricos é de 7,35 euros, uma redução de 57%.A
nível hospitalar, o preço médio dos medicamentos não protegidos por
patente, onde se incluem os genéricos, é, em média, de 1,76 euros o que
representa uma redução superior a 90% relativamente ao preço dos
medicamentos de marca protegidos por patente, cujo preço médio é de
19,34 euros, segundo dados da IQVIA Portugal.