Medicamento para miomas uterinos deve ser evitado em mulheres com problemas hepáticos
23 de mai. de 2018, 10:02
— Lusa/AO online
O
Comité de Avaliação e Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência
Europeia de Medicamentos (EMA) informa, numa nota publicada na página da
Internet do Infarmed, ter sido notificado de casos de lesões hepáticas
graves, incluindo casos de insuficiência hepática aguda que necessitaram
de transplante, pelo que iniciou em fevereiro uma revisão do
medicamento.Na
nota, o Comité informa que finalizou a revisão de segurança do Esmya,
contendo acetato de ulipristale, concluiu que este medicamento não deve
ser utilizado em mulheres com problemas hepáticos e que antes de cada
novo ciclo de tratamento deverão ser realizados testes da função
hepática.A EMA
recomenda também que o tratamento não deve ser iniciado se os níveis de
enzimas hepáticas forem superiores ao dobro do limite normal.“Os
testes de função hepática devem ser realizados uma vez por mês durante
os primeiros dois ciclos de tratamento e duas a quatro semanas após a
interrupção do tratamento. Se o resultado do teste não for normal
(níveis de enzimas hepáticas mais de três vezes superiores ao limite
normal), o médico deve parar o tratamento e monitorizar a doente”, é
referido.A
Agência salienta ainda que o Esmya só deve ser utilizado em mais de um
ciclo de tratamento em mulheres sem indicação para cirurgia. “Em mulheres que aguardam a cirurgia o tratamento com Esmya deverá ser de apenas um ciclo”, é referido na nota.“As
doentes devem ser informadas para a necessidade de monitorização da
função hepática e a de contactar o médico caso desenvolvam sintomas de
lesão hepática (tais como cansaço, amarelecimento da pele, escurecimento
da urina, náuseas e vómitos)”, é ainda recomendado.Em
Portugal, o medicamento Esmya, contendo acetato de ulipristal, está
indicado para o tratamento pré-operatório e intermitente de sintomas
moderados a graves de miomas uterinos em mulheres adultas em idade
reprodutiva.