Mau tempo fragilizou ainda mais quebra-mar de Lajes das Flores

16 de dez. de 2022, 16:41 — Lusa/AO Online

"Neste momento temos a noção de que o quebra-mar está mais fragilizado do que estava. E, naturalmente, à passagem de cada tempestade, até ser reposto o porto novo, que já está projetado e aprovado, ele vai-se fragilizando", disse à agência Lusa Rui Terra, presidente da Portos dos Açores, empresa responsável pela gestão portuária na região.O molhe do porto das Flores ficou destruído na sequência da passagem do furacão Lorenzo, em outubro de 2019, originando constrangimentos no abastecimento à população.No sábado, e na sequência da passagem da tempestade 'Efrain', o porto voltou a ser afetado."É um porto desabrigado. São situações que vamos ter de gerir, Enquanto não tivermos o porto novo feito de raiz, o mar vai fragilizando aquilo que neste momento existe. Não tinha proteção e continua a não ter", referiu Rui Terra, sublinhando que, desta vez, foi possível "minimizar muito os estragos" provocados pelo mau tempo.Atendendo às previsões meteorológicas que estavam previstas com a passagem da tempestade 'Efrain", foram tomadas "várias medidas preventivas", nomeadamente a retirada de material, contentores e embarcações, em parceria com a comunidade local, indicou à Lusa o responsável.Ainda assim, Rui Terra adiantou que o mau tempo do último fim de semana provocou estragos "em equipamentos" e no interior do edifício da Portos dos Açores no porto das Lajes das Flores."A primeira prioridade foi garantir que o acesso da embarcação que abastece a ilha tinha condições para operar e que não haveria detritos no fundo que impedissem o navio de fazer a aproximação à ponte cais. Isso foi garantido ao final de cerca de 48 horas, assim como os acessos ao cais, em articulação com a capitania das Flores", sublinhou.Rui Terra assinalou que, atualmente, "todos os pontos de energia" estão "repostos" e "todos os equipamentos da Portos dos Açores estão a funcionar", assim como o material, que foi preventivamente retirado, das empresas que estavam a trabalhar no cais.O presidente da Portos dos Açores assegurou ainda que em termos portuários o porto "está operacional"."Apesar das limitações que o mar ainda oferece, o balanço é francamente positivo. Nunca tivemos o porto das Flores tão pouco tempo interditado e nunca a reação foi tão rapidamente preventiva e tão rápida após a passagem da tempestade", assinalou.Rui Terra explicou também que estiveram no terreno "várias equipas, com uma parceria muito forte com a população local e a comunidade portuária", o que permitiu também evitar "muitos estragos".O projeto do porto para repor "definitivamente" a capacidade portuária da infraestrutura das Lajes das Flores tem previsão de lançamento de procedimento concursal "no primeiro trimestre de 2023" e a obra deverá ficar concluída "até final de 2028".O presidente da Portos dos Açores revelou ainda que "não" se prevê atrasos significativos nas obras devido aos estragos do mau tempo."Não estamos a falar de atrasos significativos, mas há uma duplicação de trabalho que não estava prevista inicialmente e será realizada o mais breve possível por parte dos empreiteiros", sustentou.