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Mau tempo e mão-de-obra condicionam plantação de batata em três ilhas

Estado do tempo no mês de abril permitiu alguma recuperação das pastagens, mas acabou por causar alguns constrangimentos aos trabalhos de sementeira e plantação das culturas da época, indica o SREA


Autor: Rafael Dutra

A área cultivada com batata do cedo, em abril deste ano, foi inferior à do ano anterior em três ilhas dos Açores, nomeadamente Terceira, Graciosa e São Jorge, devido, em parte, ao mau tempo, mas também à falta de mão-de-obra, e ao “preço elevado da batata de semente”, segundo informação divulgada pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA).

Conforme sustenta o gabinete de estatística regional, no documento ‘Estado das culturas e previsão das colheitas’, relativo ao mês de abril, o estado do tempo verificado durante o mês de abril “permitiu alguma recuperação das pastagens”, tendo, no entanto, causado “constrangimentos aos trabalhos de sementeira e plantação das culturas da época”.

O SREA refere, nesta publicação, que o mês de abril de 2025 foi mais frio que o normal, com a ocorrência de ventos por vezes fortes, e precipitação relativamente frequente, com exceção da ilha de Santa Maria, onde foi mais baixa.

Nesse sentido, embora o estado do tempo permitisse alguma melhoria do desenvolvimento vegetativo das pastagens, acabou por causar alguns constrangimentos aos trabalhos de sementeira e plantação das culturas da época.

“As pastagens começaram a recuperar do inverno e dos temporais do mês anterior, sobretudo as pastagens situadas em zonas baixas e médias”, explica o SREA, acrescentando, no entanto, que a produção de erva foi abaixo do habitual para a época, com exceção das ilhas de São Miguel, Pico e Flores, onde o seu desenvolvimento vegetativo se situou dentro do normal.

No que toca à área cultivada com batata do cedo esta foi inferior, em termos homólogos, na Terceira, Graciosa e São Jorge, verificando-se uma redução de área ainda maior do que inicialmente previsto.

“Tal deveu-se, essencialmente, ao estado do tempo, mas também a alguma desmotivação dos produtores devido à falta de mão-de-obra”, indica o SREA, adiantando que na Graciosa o preço elevado da batata de semente também teve uma influência significativa na diminuição da área, e que nas restantes ilhas espera-se que a área permaneça sensivelmente idêntica à cultivada no ano anterior.

Em relação às áreas semeadas com milho grão o gabinete de estatística regional espera, numa primeira estimativa, uma redução de área face ao ano anterior nas ilhas Terceira, São Jorge e Pico.

“A cultura do milho grão tem vindo gradualmente a perder área, sendo uma cultura com pouca expressão na grande maioria das ilhas”, é possível ler no documento. Já as áreas de milho forragem mantém-se idênticas ao ano anterior, com exceção da ilha Terceira onde, numa primeira estimativa, se situa nos 90% do ano passado.

Tal deveu-se ao estado do tempo, com precipitação frequente e relativamente abundante, o que “dificultou os trabalhos de preparação das terras para a implantação da cultura de milho”, realça o SREA.

No que diz respeito à cultura do inhame, esta teve uma produção “dentro dos parâmetros considerados normais na maioria das ilha”, aponta o relatório, justificando que foram verificados os valores mais baixos nas ilhas de Santa Maria e Terceira, nomeadamente uma produção de 90% do normal.

“Alguns fatores relacionados com o maneio, tal como o cultivo em solos pouco adequados, poderão ser a principal causa de uma produção mais baixa nestas ilhas”, explana o documento consultado pelo Açoriano Oriental.