Máscara em ambientes fechados com muitas pessoas deve ser "novo normal"
Covid-19
21 de set. de 2022, 10:03
— Lusa/AO Online
Fernando Almeida comentava desta forma à agência Lusa a recomendação
da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o uso de máscaras nas farmácias,
nos transportes públicos e nos aeroportos, terminais marítimos e redes
de metro e de comboio“Acho importante
[esta recomendação] e isto faz parte daquilo a que nós sempre chamámos
do novo normal. E não é só por causa da covid-19. É que também há a
gripe, há outros vírus, o vírus sincicial respiratório. Portanto, é por
uma melhor capacidade de prevenção”, disse Fernando Almeida, à margem da
conferência “Diagnóstico ‘In Vitro’: Mais Acesso, Melhor Saúde”, que
decorreu no INSA, em Lisboa.Por isso,
prosseguiu, “em ambientes onde suspeitamos que vai haver muitas pessoas
no estádio de futebol, uma viagem ou autocarro, comboio, naturalmente
que aconselhamos, sobretudo as pessoas com deficiência, com mais idade, a
usarem a máscara”.Relativamente à
realização de testes à covid-19, Fernando Almeida disse que diariamente
são realizados cerca de 20.000, 30.000 testes por dia.Segundo
o presidente do INSA, o teste está agora a adaptar-se à patologia que
foi “totalmente modificada” com a vacinação. “As pessoas que hoje fazem
testes são aquelas que têm sintomatologia ou suspeitam que estão
infetados (…). Isso é aquilo que nós queremos”, disse.“Portanto,
o teste hoje já não é tanto aquela questão de massificar, fazer a toda a
gente. Hoje entramos numa utilização mais criteriosa do teste e
diferente daquilo que são os objetivos da testagem”, rematou.Na
conferência, foi divulgado o estudo de avaliação do impacto dos
diagnósticos ‘in vitro’(DIV) para a sustentabilidade do sistema de
saúde, realizado pela NOVA IMS, que recomenda a criação de um modelo de
‘fast-track’(via verde) que possibilite uma rápida avaliação destes
diagnósticos, tornando possível um maior acesso dos cidadãos à sua
utilização, de forma a gerar poupança e a melhorar indicadores de saúde.A
criação desta autoridade independente para os DIV teria como objetivo
regular e melhorar o acesso a testes de diagnóstico, operando de forma a
garantir que existe um acesso qualificado a estes dispositivos, para
dar acesso a cidadãos e profissionais de saúde a soluções de diagnóstico
que durante anos não são disponibilizadas de forma equitativa no
Serviço Nacional de Saúde, refere o estudo.Para
a realização do estudo, os investigadores falaram com peritos em
sistemas de saúde, profissionais de saúde, associações de doentes para
tentar perceber como é que todas estas entidades podem colaborar e
articular-se para que - no caso de inovações que estejam cientificamente
comprovadas, assim como o seu custo benefício - possam chegar às
pessoas de forma rápida, disse à agência Lusa o coordenador do estudo,
Guilherme Victorino.Os peritos consideram
que o DIV é uma componente fundamental do sistema de saúde, quer na
prática clínica, quer para a saúde pública, sendo relevante para a
gestão do doente, monitorização e rastreio populacional, bem como para a
sustentabilidade global do Sistema.