Marta Temido alerta para continuidade de “três ameaças” da pandemia
Covid-19
8 de mar. de 2021, 17:48
— Lusa/AO Online
Em
declarações prestadas na conferência de imprensa realizada após a
reunião no Infarmed que juntou especialistas de saúde pública e
políticos, Marta Temido lembrou as intervenções dos diversos peritos
para destacar que o risco de transmissão “está novamente a subir”, a
prevalência atual superior a 60% da variante do novo coronavírus
identificada no Reino Unido e o decréscimo da adesão da população
portuguesa às medidas de confinamento.Sem
deixar de reconhecer que se mantém “a tendência decrescente da
pandemia”, com a queda dos números de casos, internamentos e óbitos, a
governante vincou que o índice de risco de transmissibilidade, conhecido
como Rt, “atingiu o valor mínimo de 0,61 em 10 de fevereiro” e entrou
numa trajetória de aumento: “É um sinal ao qual temos de estar atentos”.“A
variante do Reino Unido, que, de acordo com estimativas realizadas no
passado, constituía uma preocupação com tendência crescente,
representará hoje 65% daquilo que são os casos de SARS-CoV-2 positivos
no país. Atingimos uma representatividade acima de 60% não no momento de
meados de fevereiro, como chegámos a estimar, mas agora, de acordo com
os últimos números disponíveis”, acrescentou Marta Temido.Finalmente,
a ministra da Saúde assinalou que, apesar de não se terem verificado
alterações nas regras, o nível de confinamento da população “tem vindo a
reduzir-se” e que os valores mais altos de adesão às medidas foram
registados “na última semana de janeiro” e que, desde então, “a situação
tem vindo a alterar-se, com uma maior mobilidade da população” a nível
nacional.“Aquilo que se seguirá são os
passos habituais de auscultação de partidos e de reflexão sobre os dados
que hoje foram partilhados. O Conselho de Ministros da próxima
quinta-feira irá apreciar todos os elementos e, oportunamente,
comunicará as decisões”, referiu, deixando um aviso: “O que é relevante é
que percebamos o contexto que temos e que nos leva a não perder de
vista as ameaças que continuamos a enfrentar”.Questionada
sobre o desconfinamento num futuro próximo, Marta Temido apontou para
um planeamento assente no reforço da realização de testes e do processo
de vacinação e vincou que “nenhuma das apresentações apresentou datas
precisas”, mas sim “níveis específicos de atuação face à situação do
contexto” nacional.