s
Mário Fortuna recandidato à Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada

O atual presidente da direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD), Mário Fortuna, vai recandidatar-se ao cargo e anuncia na segunda-feira a sua intenção, disse à Lusa fonte ligada ao processo eleitoral.


Autor: Lusa/AO Online

De acordo com a mesma fonte, Mário Fortuna, que lidera a CCIPD há 12 anos, recandidata-se face às “circunstâncias atuais de necessidade de recuperação económica” no período pós-covid e devido à “circunstância nova” imposta pelo conflito bélico na Ucrânia.

O candidato considera que é crucial estar “muito atento” a este cenário, sendo necessário defender “medidas para mitigar estes fenómenos que afetam as empresas”.

O período de apresentação de candidaturas à CCIPD termina na segunda-feira, dia em que Mário Fortuna pretende apresentar as suas listas para os corpos sociais, não sendo ainda conhecidos outros candidatos à liderança da CCIPD.

Os mandatos de Mário Fortuna, empresário, economista e professor da Universidade dos Açores, ficam marcados pela defesa da liberalização do espaço aéreo entre o continente e os Açores, bem como pela reivindicação de promover uma reforma da carga fiscal da região, em baixa, algo que foi, entretanto, concretizado pelo atual Governo dos Açores.

As Agendas Mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) marcaram também o último mandato de Mário Fortuna pela polémica que causaram no arquipélago, com partidos políticos e Câmaras do Comércio a criticarem a forma como o processo foi conduzido.

Em causa estavam as candidaturas de empresas açorianas a 117 milhões de euros do PRR, processo que foi conduzido pela CCIPD, tendo partidos políticos e Câmaras do Comércio alegado que algumas empresas estavam a ser privilegiadas.

Depois de muitas críticas dos partidos no parlamento açoriano, de várias Câmaras do Comércio açorianos terem manifestado o seu desagrado e de deputados do PS, do BE, da IL e do PAN apresentaram uma proposta de criação de uma comissão de inquérito sobre as Agendas Mobilizadoras.

A 20 de outubro passado, o presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro (PSD), anunciou que as candidaturas de empresas açorianas aos 117 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vão começar do zero e garantiu que não se irá perder um cêntimo.

Bolieiro disse a altura que o objetivo era acabar com as suspeições sobre o Governo dos Açores e sobre as empresas da região que se candidataram às Agendas Mobilizadoras, lançadas pela República em julho.

“O que está mal, e havendo dúvidas, é preciso acabar”, disse na altura o governante, acrescentando que decidiu assim “recomeçar, com serenidade, com mais comunicação, daí com mais transparência, um novo processo” de candidatura ao concurso de ideias lançado pelo Governo da República para as Agendas Mobilizadoras de empresas da região.

“Não é aceitável para o Governo, para os Açores, para os empresários, o clima da suspeição da sua seriedade. É preciso, em benefício da honra e do bom nome de todos, eliminar estas dúvidas”, frisou Bolieiro.

A 05 de novembro, a Câmara do Comércio de Ponta Delgada realizou uma assembleia-geral para “acabar com o clima de suspeição" em torno das Agendas Mobilizadoras.

Mário Fortuna referiu, na altura, que "esta situação gerou muita insatisfação junto dos associados da Câmara do Comércio, porque naturalmente se sentiram de alguma forma excluídos, seja porque se gerou este ruído todo à volta da Câmara do Comércio e naturalmente que centrado" em si.

Mário Fortuna afirmou que se trata de “um episódio super desagradável”, vincando que a “instituição sempre pugnou pela defesa dos interesses dos empresários”.

O dirigente referiu então que a sua permanência ou não na liderança da instituição seria "uma situação" que iria "avaliar em devido tempo", tendo agora optado por avançar.

A CCIPD possui cerca de 700 associados.