Marinha reforçou vigilância a trasfega de crude na ZEE
Guerra Ucrânia
22 de ago. de 2022, 12:58
— Lusa/AO Online
Contactado pela Lusa a propósito de uma
suspeita de trasfega de crude a mais de 155 quilómetros de Portimão
(Faro) por parte de um petroleiro com pavilhão da Síria, o porta-voz da
Marinha, José Sousa Luís, disse que “desde o início do conflito na
Ucrânia que foi aumentada a recolha e tratamento de informação e também
foram disponibilizados mais meios, quando necessário”.Desde
24 de fevereiro, dia em que a Rússia invadiu o território ucraniano, a
Marinha aumentou a vigilância da atividade conhecida como “bunkering” –
proibida ao abrigo da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar
por causa da possibilidade de provocar um desastre ambiental – e “até
há 15 dias não tinha tido nenhum movimento suspeito”.No entanto, uma suspeita na ZEE da Madeira e outra ao largo de Portimão levaram à intervenção da Marinha. De
acordo com um comunicado divulgado no domingo, um navio petroleiro que
estava a cerca de 85 milhas náuticas de Portimão alegou uma “avaria nas
máquinas principais”, que necessitava “de algumas horas” para as reparar
e que estava a “aguardar instruções da companhia sobre o porto de
destino”.A Marinha suspeitava de que o
petroleiro estava a iniciar os “preparativos para a prática de
abastecimento e trasfega de crude”, mas algumas horas depois “iniciou a
navegação” para fora da Zona Económica Exclusiva portuguesa.O
porta-voz da Marinha acrescentou que a recolha e tratamento de
informações é feita com recurso a “sistemas de controlo remoto, quer
civis, quer militares” e que no âmbito desta vigilância, que já era
“permanente” antes da eclosão da guerra na Ucrânia, já foi necessária
recorrer a “um submarino na ZEE dos Açores”.