Maria de Belém Roseira diz que país "perdeu mulher extraordinária"

7 de jul. de 2015, 14:07 — LUSA/AO online

Maria Barroso, mulher do ex-Presidente da República Mário Soares, morreu hoje às 05:20, aos 90 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internada, em estado grave, desde 26 de junho, devido a uma traumatismo intracraniano, disse fonte do hospital. Em declarações à agência Lusa, Maria de Belém Roseira disse, que apesar de esperada, a notícia da morte “é um choque”. "É um corte em relação à presença física de uma pessoa extraordinária, que teve uma vida de intervenção quando era difícil, que manteve sempre uma dignidade e uma capacidade de enaltecer”, disse, salientando que Maria Barroso abraçou causas por vezes difíceis. A anterior presidente do PS considerou também que Maria Barroso foi uma “pedagoga excecional e uma mulher grande” que trabalhou até ao fim dando o melhor de si própria. “Era uma pessoa que estava sempre disponível quando precisavam dela e quando achavam que a sua presença era importante, não só pelo seu simbolismo, como também pelo conteúdo, pela densidade e firmeza das suas intervenções”, sublinhou. Maria de Belém Roseira salientou ainda que Maria Barroso era pessoa com uma “sensibilidade extraordinária que, felizmente manteve as suas capacidades até ao fim e cujo desaparecimento físico vai deixar uma enorme saudade”. Maria Barroso estava internada devido a uma queda, foi-lhe depois diagnosticado um derrame intracraniano e entrou em coma no mesmo dia. Casou com Mário Soares em 1949, de quem tem dois filhos, João e Isabel. Atriz, foi uma das fundadoras do Partido Socialista, liderado por Mário Soares, em 1973. Um dos seus últimos cargos públicos foi a presidência da Cruz Vermelha Portuguesa, tendo também dirigido a associação Pro Dignitate, que ajudou a fundar. Diplomou-se em Arte Dramática na escola de Teatro do Conservatório Nacional e licenciou-se depois em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras de Lisboa, onde conheceu Soares.