Maria das Dores condenada a 23 anos de prisão

Justiça

3 de nov. de 2008, 12:28 — Lusa/AOonline

"Vou avançar para um novo recurso com os mesmos fundamentos do primeiro já que o acórdão se manteve inalterável", disse Fernando Carvalhal no final de uma audiência que demorou cerca de cinco minutos.     O advogado admitiu que a decisão do colectivo de juízes presidido por Carlos Alexandre "não lhe causou surpresa".     Questionado sobre a possibilidade de a sua cliente ultrapassar os prazos de prisão preventiva devido aos recursos a interpor, o advogado garantiu que "não é uma preocupação", admitindo mesmo que desconhece quando termina esse prazo.     Por outro lado, o advogado dos pais de Paulo Cruz, o marido de Maria das Dores, disse que já estava à espera do teor do acórdão de hoje.     "Esperava esta decisão. A matéria de facto foi dada como provada e os peritos não alteraram o relatório", disse Dias Antunes.     O advogado garantiu que irá responder ao recurso da defesa "em tempo útil".     A leitura do novo acórdão demorou poucos minutos e, segundo o juiz-presidente, o seu teor é "rigorosamente igual" ao anterior, conhecido em Abril, que condenou Maria das Dores a 23 anos de prisão.     O novo acórdão surge depois de terem sido ouvidas duas técnicas de reinserção social.     Para os advogados de defesa era fundamental ouvir os peritos que elaboraram o relatório de personalidade da arguida, o que não aconteceu durante o julgamento, presidido pelo juiz Carlos Alexandre.     O relatório refere que a arguida tem um Coeficiente de Inteligência (QI) acima da média e que pensa com clareza, mas que tem traços psicopáticos e um estilo manipulativo.     O Tribunal da Relação de Lisboa deu razão ao recurso da defesa e mandou reabrir o julgamento para serem ouvidas as duas técnicas da Direcção-Geral de Reinserção Social, o que aconteceu no dia 27 de Outubro.