Autor: Lusa/AO Online
O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante do número um do PSD, morreu hoje, aos 88 anos.
"Visionário, pioneiro, criativo, determinado, batalhador, democrata, social-democrata, europeísta e atlantista, esteve em quase todos os combates de meados dos anos sessenta até hoje. Portugal não o esquece. Portugal nunca o esquecerá", lê-se numa nota do chefe de Estado publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.
Nesta nota de pesar, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "Portugal perdeu, hoje, uma das personalidades mais marcantes dos últimos sessenta anos" e realçou a intervenção de Francisco Pinto Balsemão "na política, na sociedade, na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa".
"Na política, deputado da Ala Liberal, e, nela, coautor dos projetos de revisão constitucional, lei de imprensa, lei de reunião e associação e lei de liberdade religiosas, para mudar o Portugal do final de sessenta e início de setenta", referiu.
O chefe de Estado elencou, a seguir, as funções políticas exercidas por Balsemão após o 25 de Abril de 1974: "Fundador do PPD, hoje PSD, vice-presidente da Assembleia Constituinte, parlamentar, governante, presidente do partido e primeiro-ministro, durante a revisão constitucional que pôs termo ao Conselho da Revolução, com a transição para a democracia plena" e "conselheiro de Estado".
"Desde os anos 70 do século passado até ao novo século, dos políticos portugueses com efetiva projeção externa, em particular na Europa e nos Estados Unidos da América. Na sociedade, integrando ou liderando causas, movimentos de opinião e instituições europeístas, euroafricanas e latino-americanas e transatlânticas", acrescentou.
Por outro lado, o Presidente da República destacou o papel de Balsemão "na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa, militando contra a censura e o exame prévio, fundando o Expresso antes do 25 de Abril, criando um novo grande grupo de comunicação social, elaborando a primeira lei de imprensa democrática, integrando o Conselho de Imprensa, lançando a SIC, revolucionando o que era a informação no final da ditadura e no início da democracia".
Marcelo Rebelo de Sousa esteve, ainda antes do 25 de Abril, na criação do Expresso, com Balsemão, com quem também iniciou o seu percurso político-partidário no Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata (PSD).
Após a morte de Sá Carneiro, o agora chefe de Estado fez parte do VIII Governo, o segundo chefiado por Francisco Balsemão, entre 1981 e 1983, para exercer, primeiro, as funções de secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros e, depois, de ministro dos Assuntos Parlamentares.