Marcelo realça que compete ao Governo marcar a data e ao parlamento alterar a lei
Autárquicas
23 de mar. de 2021, 11:13
— Lusa/AO Online
Em
resposta a questões dos jornalistas, durante uma visita a uma escola
básica em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "o Presidente da
República não tem qualquer competência sobre a matéria" e defendeu que
"não deve pôr-se a fazer cenários, a formular opiniões ou juízos sobre
matéria que é da competência de outro órgão constitucional"."Quem
é competente para alterar a lei eleitoral é a Assembleia da República.
No quadro da lei eleitoral, quem é competente para marcar a data é o
Governo", realçou.Marcelo Rebelo de Sousa
assinalou que o Presidente da República tem a competência de marcar "a
data das mais diferentes eleições, menos uma, que são as eleições
autárquicas".Durante a visita à Escola
Básica Parque Silva Porto, em Benfica, o chefe de Estado foi também
interrogado sobre o processo de venda da concessão de barragens situadas
na bacia hidrográfica do Douro pela EDP à Engie, mas recusou igualmente
emitir opinião sobre este assunto."Neste
momento há duas entidades que estão a investigar a matéria: a Autoridade
Tributária, para dizer se, sim ou não, é devido o imposto de selo, e o
Ministério Público, para dizer se, sim ou não, há alguma matéria para
além dessa ou relacionada com essa que seja do foro criminal", apontou.Segundo
Marcelo Rebelo de Sousa, "até haver a pronúncia dessas entidades, tudo o
mais, tudo o que seja opinião de quem quer que queira pronunciar-se
sobre a matéria é prematuro".Na
sexta-feira, em entrevista à agência Lusa, o ministro da Administração
Interna, Eduardo Cabrita, admitiu a possibilidade de as eleições
autárquicas se realizarem em dois fins de semana devido à pandemia de Covid-19.Eduardo Cabrita disse que nas
eleições autárquicas "não é possível o voto em mobilidade porque isso
implicaria ter tantos boletins de voto disponíveis quantas as três mil
freguesias que existem no país e, portanto, seria uma operação logística
impossível".No entanto, o ministro
adiantou que existe "abertura para ponderar modelos", sendo "a
distribuição do voto entre dois fins de semana perfeitamente possível",
mas ressalvou que as leis eleitorais são matéria de "reserva absoluta"
da Assembleia da República.No sábado, numa
intervenção fechada à comunicação social em reunião da Comissão
Nacional do PS, o secretário-geral dos socialistas e primeiro-ministro
manifestou-se contra a possibilidade de as eleições autárquicas se
realizarem em dois fins de semana por causa da Covid-19, considerando
não faz sentido.Segundo fontes
socialistas, António Costa declarou que essa proposta "não faz sentido e
é até perigosa" e argumentou que os dois atos eleitorais já realizados
em situação de pandemia - as eleições regionais dos Açores e
presidenciais - decorreram com plenas condições de segurança.