Marcelo reafirma “compromisso total” de Portugal, “onde e quando for preciso”
NATO
21 de set. de 2022, 10:04
— Lusa/AO Online
“Em nome do povo português, eu
reafirmo o compromisso total de Portugal enquanto membro da NATO,
enquanto fundador da NATO, onde e quando for preciso”, afirmou Marcelo
Rebelo de Sousa no Comando Aéreo da Força Aérea, em Monsanto (Lisboa),
num discurso em inglês no âmbito da cerimónia comemorativa do 20.º
aniversário do Centro Conjunto de Análise e Lições Aprendidas (JALLC, na
sigla em inglês) da NATO, sediado naquele complexo. Nesta
cerimónia – em que também marcou presença a ministra da Defesa
Nacional, Helena Carreiras –, o chefe de Estado garantiu que Portugal
mantém os seus compromissos na ajuda ao “corajoso povo ucraniano”, mas
também “nos Países Bálticos, na Roménia, no Oceano Atlântico, no mar
Mediterrâneo, na melhoria da informação, em ações de prevenção de
ciberataque, em análise geoestratégica”.“Nós
estivemos, estamos e estaremos sempre preparados para cumprir [os
compromissos da NATO], sem estados de espírito ou desculpas, até ao
limite das nossas capacidades”, reiterou Marcelo Rebelo de Sousa. O
Presidente da República sublinhou que foi precisamente devido a esse
compromisso que Portugal foi “um dos últimos – senão o último [país] – a
deixar o Afeganistão”, recordando ainda que o próprio foi “o último
chefe de Estado a estar em Cabul, mesmo antes do início da pandemia, no
final de 2019”. “Permanecemos prontos e
firmes, com os nossos soldados, nos campos de batalha mais difíceis, em
todos os continentes, mas sobretudo na Europa”, frisou. Abordando
os 20 anos do JALLC, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que foram “20
anos de sucesso” e de “trabalho pela paz, liberdade, direitos humanos e
democracia".“Estes 20 anos celebram-se
numa altura de guerra na Europa, uma guerra que não é apenas europeias, é
global, porque os valores que estão em causa são globais, porque a lei
internacional – que foi violada pela Federação Russa na Ucrânia – é
global”, realçou. O Presidente indicou
assim que é “precisamente por isso que, nas últimas décadas, mais do que
nunca", a NATO se tornou "muito mais do que uma Aliança de Estados ou
uma Aliança de povos”. “A NATO é uma
garantia crucial de paz, segurança e respeito pela Carta das Nações, [é
uma garantia] de liberdade e de dignidade humana”, disse. Pouco
antes de descerrar uma placa junto de uma oliveira para assinalar o
20.º aniversário do JALLC, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a placa
em questão “retrata o tempo de vida do JALLC, mas simboliza também os
últimos 20 anos de paz e amizade entre os países da Aliança”.“É
um período difícil e os desafios são enormes. No entanto, eu acredito
na paz e na amizade, eu acredito que os nossos valores são duradouros e
que a Aliança, tal como a oliveira, irá sempre perdurar e florescer”,
perspetivou. Dirigindo-se ao Comandante
Supremo do Comando Aliado da Transformação da NATO, o general Philippe
Lavigne, que marcou presença na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa
desejou-lhe as “boas-vindas” a Portugal.“Você
está num país fiável, amigável e caloroso, que partilha os valores que
distinguem a democracia da ditadura, a liberdade da opressão, a paz da
guerra”, referiu. Intervindo antes de
Marcelo Rebelo de Sousa, o general Philippe Lavigne lembrou que
“Portugal foi um dos 12 países fundadores da NATO, em 1949”, o que
tornou "lógico" que o país “se tenha tornado na casa de várias entidades
da NATO ao longo dos anos”, elencando os casos do JALLC, da Academia de
Comunicações e Informação da Aliança ou da STRIKFORNATO.“Também
não é surpreendente que Lisboa tenha sido o sítio em que o nosso
anterior Conceito Estratégico (…) foi adotado, na cimeira de 2010. Mais
recentemente, Portugal foi escolhido para acolher dois centros de
inovação da NATO, no âmbito do Acelerador de Inovação da NATO, chamado
DIANA”, recordou. Lavigne afirmou que “a
inovação é chave para a NATO – para resolver problemas rapidamente e de
maneira eficaz –, mas o espírito de inovação é ainda mais importante”. “Portugal,
por exemplo, está a organizar com a NATO dois exercícios marítimos, que
se focam em integrar mais de 100 sistemas não tripulados em operações
marítimas. Mais uma vez, Portugal mostra o seu compromisso para uma
Aliança moderna, e a sua determinação para preservar o seu lugar e
assumir as suas responsabilidades”, afirmou. Dirigindo-se
assim a Marcelo Rebelo de Sousa, o general expressou a “gratidão
sincera, em nome da NATO” pelo apoio de Portugal à Aliança e pela
“hospitalidade lendária do seu povo”.