Marcelo promulgou Orçamento mas com dúvidas sobre cenários macro
OE2019
21 de dez. de 2018, 17:58
— Lusa/AO Online
Na nota publicada
no “site” da Presidência, em que anuncia a promulgação, Marcelo Rebelo
de Sousa justificou a decisão com a “mais complexa situação externa”,
com “o valor da estabilidade política” e a continuada “preocupação com a
redução da dívida pública” e a “credibilidade alcançada” pelo país
junto das "instituições financeiras internacionais”.
Assinalou, no entanto, que o cenário macroeconómico do OE2019 é “mais
generoso do que o apontado pela generalidade das instituições internas e
externas”. E,
por outro lado, sublinhou ainda a dúvida “de saber se, havendo
desaceleração económica externa e interna”, o equilíbrio possível,
“entre rigor orçamental e crescimento e emprego, é suscetível de se
manter”, lê-se ainda na nota.
O Presidente lançou ainda a dúvida “se, a prazo, as pessoas e as
empresas se encontram em condições de enfrentarem, sustentadamente,
desafios mais exigentes no futuro”.
Depois de uma análise ao Orçamento do Estado, Marcelo admitiu ser
possível “descortinar diversas almofadas preventivas, importantes em
caso de cenário menos favorável”.
No entanto, “a sensação que se mantém” é que existe uma “linha muito
limitativa no encorajamento ao investimento não público”, uma tendência
que de “orçamentos anteriores”, traduzida numa “política fiscal” que
pode não ser compensada com o investimento público “se o cenário
macroeconómico se deteriorar, mesmo que parcialmente”.
Marcelo Rebelo de Sousa alegou ainda para promulgar o Orçamento, há ainda um
"imperativo de se contribuir" para "tornar sustentado" o crescimento e o
emprego, importantes para o "rigor das contas públicas e a recuperação
no domínio da dívida pública".
O chefe do Estado afirmou ter promulgado a proposta do Governo em nome
do "interesse nacional", afirmando, na nota, "não existir razão" para
pedir a fiscalização preventiva da inconstitucionalidade da lei.
O Presidente da República promulgou o Orçamento do Estado para
2019, o último da legislatura, 22 dias depois de ter sido aprovado no
parlamento, anunciou a presidência.
O Orçamento do Estado para 2019 foi aprovado, em votação final global,
no dia 29 de novembro, com votos favoráveis de PS, BE, PCP, PEV e PAN e
votos contra de PSD e CDS-PP.