Marcelo promulga plano de contingência para saída britânica da UE sem acordo
Brexit
28 de mar. de 2019, 19:02
— Lusa/AO Online
O chefe de Estado português "promulgou hoje o
diploma da Assembleia da República que aprova medidas de contingência a
aplicar na eventualidade de uma saída do Reino Unido da União Europeia
sem acordo", lê-se na página na Internet da Presidência da República.O
diploma, aprovado na quarta-feira por unanimidade pelo parlamento
português, destina-se a “resolver as situações dos cidadãos britânicos
residentes em Portugal”, ao mesmo tempo que acautela “a posição dos
cidadãos portugueses no Reino Unido”, na eventualidade de uma saída da
União Europeia sem acordo, através do “princípio da equivalência”, como
explicou a secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna,
Isabel Oneto, durante o debate na sessão plenária que antecedeu a
votação.“O diploma refere a salvaguarda do
direito de residência e o reconhecimento da totalidade da sua duração
em Portugal, como também procura resolver, além da questão da residência
dos britânicos, a dos seus familiares que sejam cidadãos de país
terceiro, bem como reconhecer o exercício de atividades profissionais, o
direito ao estatuto de estudante de cidadão europeu, bem como o direito
de acesso à saúde, prestado pelos estabelecimentos do nosso Serviço
Nacional de Saúde”, elencou Isabel Oneto.O
Acordo de Saída da UE negociado com Bruxelas pelo Governo da
primeira-ministra conservadora, Theresa May, vai a votação na Câmara dos
Comuns pela terceira vez na sexta-feira à tarde, depois de os deputados
britânicos o terem chumbado duas vezes, em janeiro e março deste ano.May
tem tentado desde a última votação angariar o máximo de apoio,
argumentando que aquele é o único acordo possível e que será, sem
dúvida, melhor que a alternativa, uma saída sem acordo.A
chefe do executivo britânico tem-se desdobrado em reuniões sucessivas
com deputados não só das fileiras do seu partido, mas também com os seus
antigos parceiros de coligação, o Partido Unionista Democrata (DUP)
norte-irlandês, embora estes tenham já anunciado que nem sequer se
absterão, votarão mesmo contra, por causa da cláusula relativa à
fronteira entre as duas Irlandas.Jogando a sua última cartada, May anunciou na quarta-feira que se demitirá em troca da aprovação do acordo.