Marcelo pede confiança para mandato de Portugal no Conselho de Segurança da ONU
21 de set. de 2021, 16:36
— Lusa/AO Online
"Nós não
mudamos de princípios. E manteremos também o mesmo rumo, no caso de nos
darem a vossa confiança para um mandato no Conselho de Segurança, daqui a
cinco anos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na 76.ª sessão da
Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.Antes,
na sua intervenção, o chefe de Estado reiterou o apoio de Portugal à
reforma da ONU e do Conselho de Segurança, "pelo menos com presença
africana, do Brasil e da Índia como membros permanentes", para que seja
"retrato do século XXI", acrescentando: "Mas isso implica também meios
financeiros adicionais".Marcelo
Rebelo de Sousa, que discursou em português, durante dez minutos,
defendeu que "importa ampliar, aprofundar e acelerar as reformas nas
Nações Unidas, na gestão, na paz e segurança, no sistema de
desenvolvimento, e também avançar na reforma do Conselho de Segurança"."Resistir
às reformas, negar recursos significa, na prática, enfraquecer o
multilateralismo e criar situações de crise, com prejuízo para todos",
argumentou.Os
cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que têm
direito de veto, são os Estados Unidos de América, a Federação Russa, a
França, o Reino Unido e a República Popular da China.Todos
os anos, a Assembleia Geral elege cinco de um total de dez membros
não-permanentes, que nos termos de uma resolução da ONU são distribuídos
da seguinte forma: cinco africanos e asiáticos, um da Europa de Leste,
dois da América Latina, dois da Europa Ocidental e outros Estados.Portugal foi membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU em 1979-1980, 1997-1998 e 2011-2012.Este órgão foi criado para manter a paz e a segurança internacionais em conformidade com os princípios das Nações Unidas.Em
janeiro de 2013, o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo
Portas, anunciou que Portugal iria apresentar uma nova candidatura ao
Conselho de Segurança para um mandato em 2027-2028 – a eleição
realiza-se em 2026 – e pediu aos diplomatas portugueses que começassem
desde logo a trabalhar nesse objetivo."Para
quem pensa que ainda é muito longe, lembrem-se que sempre que fomos
eleitos começamos a trabalhar muito cedo", disse na altura Paulo Portas,
num seminário diplomático em Lisboa.Em
junho passado, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Albânia, Gana e Gabão
foram eleitos para mandatos no Conselho de Segurança da ONU que terão
início em 01 de janeiro de 2022, em que substituirão Estónia, Níger, São
Vicente e Granadinas, Tunísia e Vietname, atuais membros cujos mandatos
terminam em 31 de dezembro deste ano.Índia,
Irlanda, Quénia, México e Noruega são os outros atuais cinco membros
não-permanentes do Conselho de Segurança, com mandatos até ao fim de
2022.Após
intervir nas Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa falou aos
jornalistas sobre o discurso que tinha acabado de fazer e, a propósito
da candidatura de Portugal ao Conselho de Segurança da ONU, assinalou a
continuidade da política externa portuguesa."Nós
não mudamos –eu disse três vezes. Com Portugal, já sabem aquilo com que
podem contar. Nós somos fiáveis neste diálogo, nesta procura de
consensos, nesta procura do multilateralismo", declarou.