Marcelo elogia "seis anos de corajoso e dedicado serviço" de Joana Marques Vidal
23 de out. de 2018, 10:21
— Lusa/AO Online
O
Presidente da República reiterou, no entanto, a convicção de que "nada
nem ninguém travará" o combate à criminalidade e, em particular, à
corrupção e defendeu que a democracia se faz "do primado das
instituições".Marcelo
Rebelo de Sousa deixou estas mensagens numa cerimónia de condecoração
que não foi tornada pública e que posteriormente foi divulgada através
de uma nota no portal da Presidência da República na Internet,
acompanhada de fotografias e de vídeo. Na
sua intervenção, registada nesse vídeo, o chefe de Estado declarou que,
"sendo um reconhecimento nacional por seis anos de corajoso e dedicado
serviço à causa pública", a condecoração de Joana Marques Vidal "é
também um louvor a toda uma magistratura". "É
essa uma das forças da democracia que importa reafirmar nestes tempos.
Ela faz-se do primado das instituições, mesmo quando, como é o caso,
elas se afirmam e enriqueçam com a inteligência e a vontade dos seus
mais devotados líderes", acrescentou.O
chefe de Estado condecorou Joana Marques Vidal na Sala dos Embaixadores
do Palácio de Belém, em Lisboa, na presença do presidente da Assembleia
da República, Eduardo Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro, António
Costa, dos ministros da Defesa, João Gomes Cravinho, e da Justiça,
Francisca Van Dunem, e da atual procuradora-geral da República, Lucília
Gago.A Ordem
Militar de Cristo destina-se a distinguir "destacados serviços prestados
ao país no exercício das funções de soberania". A
condecoração de Joana Marques Vidal, que foi procuradora-geral da
República entre 2012 e 2018, acontece dez dias depois da posse da sua
sucessora, Lucília Gago, que teve lugar também na Sala dos Embaixadores
do Palácio de Belém.No
início do seu curto discurso, de cerca de um minuto e meio, o
Presidente da República disse que este "é muito mais do que um gesto
protocolar na linha da tradição quanto a desempenho de elevadas funções
constitucionais". A
condecoração da anterior procuradora-geral da República "é também mais
do que a justa expressão da amizade solidária da instituição que liderou
nos últimos anos, e que os magistrados e funcionários não deixarão de
testemunhar", referiu."É,
por igual, mais do que o renovado apreço de diversos setores de opinião
e de comunicação, sublinhando o desempenho passado e apontando para
expectativas futuras ", prosseguiu.Segundo
Marcelo Rebelo de Sousa, esta distinção "representa um reconhecimento
público, nacional, manifestado pelo Presidente da República, ao abrigo
da legitimidade que a Constituição e o voto popular lhe conferem" e
"mais um momento para reafirmar a importância da missão da justiça, do
Ministério Público, do combate contra a criminalidade e, em particular,
contra a corrupção". "Nada nem ninguém travará o que é uma prioridade decisiva para a moralização da nossa vida coletiva", defendeu, em seguida. Em
21 de setembro, um dia depois de anunciar a nomeação da sua sucessora,
Marcelo Rebelo de Sousa já tinha deixado a promessa de que o Estado
português iria "em tempo devido" formalmente agradecer a Joana Marques
Vidal.A
Constituição da República Portuguesa estabelece que "o mandato do
procurador-geral da República tem a duração de seis anos" e que compete
ao Presidente da República "nomear e exonerar, sob proposta do Governo",
o titular deste cargo.Em
democracia, os anteriores titulares deste cargo foram Pinto Monteiro
(2006-2012), Souto de Moura (2000-2006), Cunha Rodrigues (1984-2000),
Arala Chaves (1977-1984) e Pinheiro Farinha (1974-1977).