Marcelo e Costa elogiam "esforço de unidade nacional" no combate à pandemia
24 de dez. de 2021, 08:28
— Lusa/AO Online
Estas
posições foram assumidas numa cerimónia de apresentação de cumprimentos
de boas festas por parte do Governo ao Presidente da República, no
Palácio de Belém, em Lisboa, a que a comunicação social afinal pôde
aceder, mediante apresentação do certificado de vacinação, depois de ter
sido inicialmente informada de que não poderia estar presente.O
primeiro-ministro, que foi o primeiro a discursar nesta cerimónia na
Sala dos Embaixadores, afirmou ter "uma visão comum" com o Presidente da
República sobre "o papel institucional dos diferentes órgãos de
soberania" e o "sentido de solidariedade" entre eles.Segundo
António Costa, "nestes quase dois anos tão difíceis de pandemia esse
sentido de unidade nacional de colaboração comum foi posto à prova". O
primeiro-ministro realçou os sucessivos estados de emergência que o
chefe de Estado "foi forçado a decretar" como nunca tinha acontecido em
democracia."A verdade é que vivemos esse
período sempre com uma enorme tranquilidade e normalidade institucional,
com liberdades cívicas respeitadas, liberdades políticas respeitadas, e
com uma compreensão extraordinária por parte dos nossos cidadãos",
sustentou o primeiro-ministro, acrescentando: "Como o senhor Presidente
da República costuma dizer, os portugueses são excecionais, e mais uma
vez provaram serem excecionais".O chefe do
Governo defendeu que é preciso que todos se mantenham "focados no
combate à pandemia", que se espera "menos severa, mas não menos
ameaçadora", e com "a ambição de, mais do que a reconstrução, a
recuperação" do país.O Presidente da
República, que interveio a seguir, concordou que "é evidente", como
disse o primeiro-ministro "que houve um esforço de unidade nacional".No
seu entender, "o esforço começou, desde logo, na relação entre o
Presidente da República e o Governo, e o primeiro-ministro e o Governo,
continuou na relação com a Assembleia da República, sobretudo em estado
de emergência", que foi decretado com "uma amplitude política notável"."Isto
não se verificou, que eu saiba, em muitos países, como não se verificou
a realização de reuniões como eram as reuniões do Infarmed", observou,
perante o primeiro-ministro e os ministros de Estado do XXII Governo
Constitucional.O Presidente da República
mencionou que lhe coube "ser muitas vezes o porta-voz" dessas reuniões
entre responsáveis políticos e especialistas em diferentes áreas da
saúde, o que, "em teoria, chocaria" eventualmente alguns
constitucionalistas, "por não estar expressamente previsto na
Constituição"."Ninguém tinha previsto expressamente uma pandemia que durasse o que durou, com as características desta", salientou.Marcelo
Rebelo de Sousa subscreveu igualmente o elogio ao comportamento dos
portugueses face à pandemia de covid-19, considerando que, "ao aceitarem
e compreenderem militantemente a importância da vacinação, ao tomarem
as precauções e durante um bom período de tempo em estado de emergência,
praticamente até metade deste ano, mas mesmo fora do estado de
emergência, percebendo que há precauções a tomar, facilitaram a vida"."Mesmo
quando a pandemia nos surgia com novas variantes ou novas vagas. E esta
é a garantia que temos: os portugueses assumem como seu este desafio",
reforçou.O chefe de Estado relatou que na
quarta-feira à noite, junto ao Palácio de Belém, encontrou uma família
que "acenava de uma forma original", com "cenas de grande alegria",
porque tinha ido fazer testes ao vírus da Covid-19 que tiveram resultado
negativo."Achei sintomático, porque era
uma família comum, de cidadãos comuns, que começava o festejo do Natal
no festejo do teste. Isto mostra como os portugueses, de facto,
perceberam a mensagem. E é fundamental que continuem a perceber e a
partilhar a mensagem, porque é isso que permitirá que possamos superar
mais rapidamente o que estamos a viver este ano no decurso do começo do
ano que vem", acrescentou.Marcelo Rebelo de Sousa expressou o desejo de que este "seja um Natal de reencontro, mas com precaução"."O senhor primeiro-ministro fixou na sua família em seis [pessoas no Natal]. Eu fixo em cinco", adiantou. O
Presidente da República recordou que há um ano o primeiro-ministro não
esteve presente nesta cerimónia de apresentação de boas festas, por se
encontrar em isolamento, e apareceu através de um holograma: "Vossa
excelência estava enorme, dominador, num ecrã".Também o primeiro-ministro lembrou essa situação. "Hoje já estou cá presencialmente", assinalou.