Marcelo diz que solução encontrada “não é ideal” mas é a "única constitucional"

Açores/Eleições

13 de nov. de 2020, 14:54 — Lusa/AO Online

"Para quem como eu tem tido um mandato preocupado em fazer pontes, em reforçar a moderação, o aceitar como boa a alternativa mas evitar a radicalização, é evidente que não é uma solução ideal aquela que significa uma coisa diferente", disse o Presidente da República, quando questionado sobre a solução de governo na região, que integra PSD, CDS e PPM, e que é viabilizada pelo Chega e pela IL no parlamento regional.Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas antes de se reunir com empresários do setor do turismo, restauração e hotelaria da região Centro, no Luso, concelho da Mealhada.O Presidente da República realçou que a solução encontrada "era a única solução constitucional"."Como única solução foi aquela que o senhor Representante da República acolheu. Gostar de é uma coisa diferente. Nem o Representante da República nem o Presidente da República tinham de gostar ou desgostar", acrescentou.Para Marcelo Rebelo de Sousa, "uma coisa é ter de se fazer isso, outra coisa é gostar disso"."Imagino que o Presidente Cavaco Silva, por razões muito diferentes, quando formou o Governo que formou teve de, mas não gostou. É exatamente o que eu penso sobre o que se passou nos Açores", frisou.O Presidente da República considerou ainda que esta foi uma "opção dos partidos e os partidos quando tomam essas opções têm vantagens e têm riscos e têm preços"."Na vida, não há só vantagens. Há também preços, quer a nível regional, quer a nível nacional", alertou.Na resposta aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa salientou ainda que, já depois de o novo presidente do Governo Regional dos Açores ter sido indigitado, teve conhecimento dos acordos de viabilização parlamentar, e não encontrou nos acordos "nada que fosse contra a Constituição".O Presidente da República destacou ainda o facto de o processo de transição se ter desenrolado de forma "pacífica e civilizada".O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado no sábado presidente do Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.O PS venceu as eleições legislativas regionais, no dia 25 de outubro, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo 25 deputados.PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representavam 26 deputados, anunciaram esta semana um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.