Marcelo diz que se não houver união torna-se “impossível” enfrentar os fogos
26 de jul. de 2019, 19:41
— Lusa/AO online
Numa
visita aos concelhos afetados pelo incêndio que deflagrou no sábado,
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a necessidade de as instituições
estarem unidas e colaborarem para ser possível enfrentar os fogos
florestais."Todos juntos é muito difícil
enfrentar questões como esta. Se não houver essa conjugação de esforços
que felizmente tem havido genericamente por todo o país, então não é
muito difícil, é impossível", afirmou o Presidente da República, que
respondia a uma pergunta dos jornalistas sobre as acusações trocadas
entre o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e o
presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela.Recordando
uma conversa que teve com um jovem presidente da junta da região que
lhe disse que nestas situações "não há partidos", Marcelo Rebelo de
Sousa salientou que, numa questão como esta, "o que interessa é o
interesse das populações, do povo, da comunidade".O
chefe de Estado realçou que as populações e instituições "aprenderam
com 2017" e "vão continuar a aprender", porém, este "é um processo
contínuo e um processo complexo"."Penso
que na sociedade portuguesa estamos de acordo com uma realidade
fundamental: tudo o que se fizer para apostar no interior ou nos
interiores - são vários e a várias velocidades - é essencial para
alterar um panorama que, se não for alterado, poderá ter consequências
no futuro que não serão felizmente aquelas que ocorreram no passado, mas
que serão sempre negativas", notou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava
aos jornalistas num dos últimos pontos da sua visita, a aldeia da
Cumeada, na Sertã, distrito de Castelo Branco.Durante
a tarde de hoje, Marcelo Rebelo de Sousa visitou várias localidades dos
concelhos da Sertã e de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, e
do concelho de Mação, no distrito de Santarém, afetadas pelos incêndios
que deflagraram no sábado.O Presidente da
República começou em Cardigos, no concelho de Mação, naquela que foi a
paragem mais demorada, de cerca de 20 minutos, onde fez questão de
cumprimentar todos os bombeiros presentes no quartel local, bem como
alguns populares.O chefe de Estado ouviu
queixas de falta de bombeiros na localidade de Roda, passou de forma
breve em Sarzeda e Amêndoa e regressou a Cardigos para visitar a praia
local, antes de partir para Vila de Rei, onde também fez uma pequena
paragem na praia fluvial do Bostelim.Neste
concelho, Marcelo Rebelo de Sousa parou também em Vale da Urra, para
falar com os familiares do único ferido grave do incêndio, antes de
seguir para o Centro Geodésico de Portugal, onde, com a ajuda de uns
binóculos, pôde perceber melhor a evolução do incêndio entre sábado e
terça-feira, dia em que foi dado como dominado.Seguiu-se a Cumeada, já na Sertã, onde foi recebido por dezenas de populares que se preparam para a festa local. Aos
jornalistas, o Presidente da República deixou ainda um convite aos
portugueses para visitarem as mesmas praias fluviais a que foi. "Neste
mês em que se vai entrar quem queira vir deve vir e deve percorrer o
território, conhecer as pessoas e contribuir para a dinamização
económica desta área", referiu.Vários
incêndios deflagraram no distrito de Castelo Branco ao início da tarde
de sábado. Dois com origem na Sertã e um em Vila de Rei assumiram
maiores dimensões, tendo este último alastrado, ainda no sábado, ao
concelho de Mação, distrito de Santarém.Estima-se que tenham ardido quase nove mil hectares de floresta.