Autor: LUSA/AO Online
"Tudo isto começou ao meio-dia e oito minutos. São oito da noite.
Portanto, há um tempo para tudo. Este tempo ainda é o tempo da dor",
disse Marcelo Rebelo de Sousa, no momento em que chegou ao Hospital
Central do Funchal, onde continuam internadas 16 pessoas, vítimas da
queda da árvore, no Largo da Fonte, ocorrida pouco antes do início da
procissão de Nossa Senhora do Monte, a padroeira da Madeira. O
Presidente da República vincou que nos próximos dias o tempo vai
continuar a ser o da dor, sobretudo para os familiares dos falecidos e
para os que estão hospitalizados e seus familiares. "E depois, o
que se sucederá a seguir, naturalmente é da competência das entidades
regionais", disse Marcelo Rebelo de Sousa, realçando que o apuramento de
responsabilidades ou a abertura de inquéritos não é da competência do
Presidente da República. Nesta visita relâmpago à Madeira, Marcelo
Rebelo de Sousa esteve no Largo da Fonte, no centro da freguesia do
Monte, onde aconteceu a tragédia, depois passou pelo Hospital Central do
Funchal e, por fim, visitou o Serviço Regional de Proteção Civil da
Madeira, responsável pela coordenação das operações de socorro. "Ainda
está a haver intervenções cirúrgicas, ainda há hospitalizados",
lembrou, numa breve declaração no Hospital Central do Funchal. E
vincou: "Estamos a viver um momento de dor, de conforto, de
solidariedade e é isso que importa nesta ocasião ser vivido por todos
responsáveis, por todos os madeirenses e por todos os portugueses que eu
aqui represento". Marcelo Rebelo de Sousa expressou, por outro
lado, uma mensagem ao povo madeirense, que nos últimos anos tem sido
afetado por acontecimentos trágicos, como cheias e incêndios, sendo que
no ano passado o arraial da Festa de Nossa Senhora do Monte foi
cancelado devidos aos fogos que assolaram o concelho do Funchal e
mataram três pessoas. "A mensagem é a de um abraço muito, muito
grande, muito amigo, de conforto, conforto pessoal, sobretudo para os
que mais sofreram e mais sofrem, e de conforto comunitário, para todos
os que formam esta comunidade, num momento que é ao mesmo tempo de
choque, de dor e de muita preocupação ainda para aqueles que têm ainda
familiares seus hospitalizados e em recuperação", disse. O
Presidente da República destacou também o desempenho "excecional" das
equipas hospitalares no socorro às vítimas, realçando que corresponderam
com "prontidão, dedicação e competência" a uma "situação de emergência
dramática". "Tudo isto ocorreu muito rapidamente, ao começo desta
tarde, e em curtíssimo tempo foi possível responder a situações
difíceis, mostrando uma qualidade não apenas profissional ou técnica,
mas humana notável", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.