Marcelo diz que esclarecimento sobre indemnização “é importante para todos”
TAP
27 de dez. de 2022, 12:01
— Lusa/AO Online
“Se os dois ministros pedem
esclarecimentos, é porque, aparentemente, sentem que é fundamental para o
esclarecimento dos portugueses o perceber-se aquilo que aconteceu
efetivamente”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em Folgosinho, no
concelho de Gouveia, distrito da Guarda, após uma visita ao quartel dos
Bombeiros Voluntários e de contacto com pastores afetados pelos
incêndios do verão na região da serra da Estrela.O
chefe de Estado disse aos jornalistas que “é fundamental” o
esclarecimento da situação porque Alexandra Reis veio a exercer funções
políticas.“Para o Presidente da República,
é importante porque o Presidente da República nomeou-a. Quer dizer, eu
nomeei-a há cerca de um mês secretária de Estado no Ministério das
Finanças. Penso que é importante para todos. Para quem nomeia, para quem
é nomeado, para os portugueses, esclarecer efetivamente o que se passou
nessa pré-história, isto é, na carreira profissional da pessoa”, disse.O
Correio da Manhã noticiou na edição de sábado que a nova secretária de
Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de
500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora
executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir
funções durante dois anos.Num comunicado
hoje divulgado, os ministros das Finanças e das Infraestruturas,
Fernando Medina e Pedro Nuno Santos, informam que “emitiram hoje um
despacho a solicitar ao Conselho de Administração da Transportes Aéreos
Portugueses, S.A., informação sobre o enquadramento jurídico do acordo
celebrado no âmbito da cessação de funções como vogal da respetiva
Comissão Executiva, de Alexandra Margarida Vieira Reis, incluindo sobre o
apuramento do montante indemnizatório atribuído”.Nas
declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmou que “o
fundamental é esclarecer, para alguém que exerce funções de Governo, o
que se passou na sua vida profissional há um ano, dois anos ou três
anos” porque “isso fortalece ou enfraquece a sua posição como
governante”.Questionado sobre se se
justificaria uma ida de secretária de Estado ao Parlamento, respondeu
que “não”, dado o pedido de esclarecimento dos dois ministros.E,
depois, a seguir a isso, “quem tem que tomar uma iniciativa é a própria
interessada" se "perante o esclarecimento, ela achar que não há nada
que seja negativo para o exercício da sua função governativa, ou alguma
dúvida que persiste (…) ela deve contribuir para esse esclarecimento”.O
Presidente da República também referiu que os esclarecimentos se
justificam, não só pela visada, como pelo próprio Governo: “É que a
pessoa, desde o momento que vai para um Governo, aquilo que acontecer a
cada membro do Governo acaba por, de uma forma ou de outra, ter a ver
com o Governo. Portanto, não é um caso estritamente individual”.