Marcelo diz que é preciso "olho vivo" para jornalistas que "andam à pesca de picante"
27 de out. de 2017, 16:24
— Lusa/AO online
Marcelo
Rebelo de Sousa, que falava perante alunos do 6.º ano da Escola Básica e
Integrada Gaspar Frutuoso, na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel, deu exemplos de possíveis interpretações dos jornalistas. "O
Presidente, quando passou pelo presidente do parlamento, em vez de o
abraçar duas vezes abraçou só uma e, quando passou pelo
primeiro-ministro, em vez de abraçar imenso, de repente só deu um aperto
de mão - atenção, aquilo está frio!", ilustrou. O chefe de
Estado abordou este tema porque uma aluna lhe perguntou "como é ter
tantos jornalistas atrás", ao que respondeu de imediato: "Atrás, à
frente, ao lado, em cima e em baixo. Quer dizer, os jornalistas estão em
toda a parte". Perante as crianças com idades entre os 11 e os
12 anos, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não se pode distrair, porque
os jornalistas "andam atrás, por boas e más razões", e "as más razões"
são que "eles andam à pesca de qualquer coisa de picante". Segundo
o chefe de Estado, "a grande notícia é, de repente, haver um menino que
chega ao pé do Presidente e diz: aquele professor é péssimo - atenção, a
escola está em crise", ou então "haver uma manifestação de
professores". "Ou então um professor a correr para abraçar o
Presidente tropeçar e partir uma perna. É notícia - o Presidente dá azar
àquela escola. Ou então haver uma menina que diga assim: eu não gosto
nada do Presidente, acho que é péssimo Presidente, porque isso dá logo
notícia - contestação na Escola Gaspar Frutuoso relativamente ao
Presidente da República, a juventude não está com ele", prosseguiu,
fazendo rir os alunos. Marcelo Rebelo de Sousa queixou-se de que,
por exemplo, numa fábrica de laticínios, os jornalistas perseguem-no,
"a ver se se descai", com perguntas do género: "Diga lá, Presidente, é
mais difícil fazer queijos ou dar-se com o primeiro-ministro? É mais
difícil fazer leite bom ou ter um Governo bom?". "Portanto, eu tenho de estar cheio de atenção", acrescentou. O
Presidente da República falou ainda dos jornalistas que tentam
apanhá-lo "distraído à entrada da casa de banho ou à saída da porta,
para fazer uma pergunta que os outros não ouvem, baixinho". "Tem
de se viver com eles. Perguntarão porque é que eu conheço tão bem os
jornalistas. Porque eu durante 40 e tal anos vivi no meio de jornalistas
e conheço-os muito bem e, portanto, para mim já é difícil haver
segredos de jornalistas. Mesmo assim, olho vivo", concluiu.