Marcelo diz que combater o que se vive noutros países passa por ajudar os mais pobres
22 de dez. de 2018, 22:02
— Lusa/Ao online
Marcelo Rebelo de Sousa está hoje a participar num almoço de Natal que a comunidade islâmica em Portugal oferece há já 13 anos a centenas de pessoas carenciadas, "crentes, de todas as crenças, e não crentes".A iniciativa encheu hoje a Mesquita Central de Lisboa, numa organização que acontece não só nesta época natalícia, mas ao longo de todo o ano."A única maneira de combatermos o que se vive lá fora, noutros países, é fazendo isto: é todos os dias ajudando, sobretudo os mais pobres, mais carenciados, independentemente da religião, do partido político, da opinião política. É isso que se deve fazer", defendeu o Presidente da República.Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no meio dos cumprimentos, beijinhos e ‘selfies’ que durante uma hora distribuiu, antes dos discursos e de se sentar finalmente à mesa para almoçar."O exemplo fortifica e o exemplo de 13 anos já deste encontro de Natal da comunidade islâmica, correspondente a 50 anos de presença aberta à sociedade portuguesa, é um exemplo que se deve multiplicar", apelou.Segundo o chefe de Estado, a grande maioria das pessoas que recebem este apoio da comunidade islâmica "não é muçulmana", mostrando "o que deve ser a sociedade portuguesa, uma sociedade diversa, tolerante, fraterna".Neste almoço, relatou aos jornalistas, encontrou "o líder da comunidade mórmon, evangélicos, católicos, budistas"."Esta comunidade está em Portugal há cerca de 50 anos, integrou-se e tem continuado a crescer permanentemente, mas manteve uma abertura a toda a sociedade portuguesa e tem uma obra social para toda a sociedade portuguesa, que é espetacular e isso é muito bom, porque é isso que pode fazer a diferença num momento em que há tanta xenofobia, tanta intolerância, tanto racismo, tanta discriminação", defendeu.Questionado sobre se sente necessidade, enquanto Presidente da República, de preencher espaços vazios deixados pelo Governo e pelos partidos, Marcelo Rebelo de Sousa contrapôs que esses "espaços estão a ser preenchidos pela sociedade civil"."Os partidos políticos não têm de organizar este tipo de encontros, nem os parceiros económicos e sociais. Isto deve partir da sociedade civil", concretizou.O chefe de Estado insistiu num elogio que já tem feito em diferentes ocasiões."A sociedade civil, mesmo no tempo da crise, aguentou largamente a crise com exemplos de solidariedade como este", enalteceu.