Marcelo dissolve parlamento da Madeira e marca eleições para 26 de maio
28 de mar. de 2024, 06:53
— Lusa/AO Online
De acordo com uma
nota publicada no sítio oficial da Presidência da República após o
Conselho de Estado que durou cerca de duas horas, este órgão consultivo
“deu parecer favorável, por maioria dos votantes, à dissolução da
Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira”.“O
Presidente da República decidiu assim dissolver a Assembleia
Legislativa da Região Autónoma da Madeira e marcar as eleições para o
dia 26 de maio de 2024, tendo assinado o respetivo decreto,
imediatamente referendado pelo primeiro-ministro em exercício”, pode
ainda ler-se na nota.A reunião do Conselho
de Estado para discutir a crise política na Madeira começou pouco
depois das 18h00 e terminou já passava das 20h00, tendo o
primeiro-ministro, António Costa, estado ausente e sido representado
pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.José
Pedro Aguiar-Branco, hoje eleito presidente da Assembleia da República
após um processo eleitoral conturbado que se prolongou por cerca de 24
horas, chegou atrasado à reunião porque quando esta começou ainda se
encontrava no parlamento para o anúncio dos resultados da eleição da
mesa do parlamento.À saída do Conselho de
Estado, o Presidente da República acompanhou Aguiar-Branco até à sala
das bicas para se despedir do recém-eleito, mas não prestou qualquer
declaração aos jornalistas.Também o
presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, chegou
com um pequeno atraso e a maestrina Joana Carneiro, que substituiu
António Damásio enquanto conselheira de Estado, não vai estar presente
na reunião de hoje, por se encontrar no estrangeiro para um concerto.Além
de ter auscultado o Conselho de Estado, o Presidente da República ouviu
também, desde o início da manhã de hoje, os partidos representados no
parlamento madeirense – BE, PAN, IL, PCP, CDS-PP, Chega, Juntos pelo
Povo, PS e PSD.Marcelo Rebelo de Sousa
recuperou no início desta semana o poder de dissolver a Assembleia
Legislativa da Madeira, depois de decorridos seis meses desde as
eleições regionais de 24 de setembro, que a coligação PSD/CDS-PP venceu
sem maioria absoluta.Após a audiência com o
chefe de Estado, o presidente demissionário do Governo da Madeira,
Miguel Albuquerque (PSD), reiterou não haver justificação para eleições
antecipadas na região, considerando existir um “quadro de estabilidade
parlamentar” que permite a continuação do executivo.Toda
a oposição – PS, JPP, Chega, PCP, IL e BE – voltou hoje a defender a
necessidade de eleições antecipadas e o líder regional dos socialistas,
Paulo Cafôfo, revelou que o Presidente tencionava dissolver a assembleia
e marcar as legislativas para 26 de maio.Já
os partidos do executivo, atualmente em gestão, PSD e CDS-PP,
consideraram haver estabilidade parlamentar para permitir a continuação
do Governo Regional, com o apoio parlamentar do PAN, com o qual os
sociais-democratas assinaram um entendimento após as eleições de
setembro passado, para garantir a maioria absoluta.O
Governo Regional da Madeira está em gestão desde o início de fevereiro,
depois de o presidente do executivo, o social-democrata Miguel
Albuquerque, ter pedido a demissão do cargo após ter sido constituído
arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de
corrupção no arquipélago.