Marcelo destaca promessa de Costa sobre áreas marinhas e espera mudança global
27 de jun. de 2022, 14:30
— Lusa/AO online
Em
conferência de imprensa, na Altice Arena, em Lisboa, onde hoje começou a
2.ª Conferência dos Oceanos da Organização das Nações Unidas (ONU),
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a esperança de que este encontro seja
"um ponto de partida para uma grande mudança" na ação global em relação
a esta matéria.O
chefe de Estado referiu que ao longo da manhã de hoje, na sessão de
abertura da conferência, houve "promessas concretas e vinculativas
vindas de cada continente" e que no caso de Portugal "o
primeiro-ministro falou de antecipar a promessa de ter também 30% de
áreas marítimas protegidas".Marcelo
Rebelo de Sousa tinha ao seu lado o secretário-geral da ONU, António
Guterres, e Uhuru Kenyatta, Presidente do Quénia, país com o qual
Portugal partilha a organização desta conferência."Gostaria
muito de falar da nossa cooperação com o Quénia na preparação desta
conferência. Dois países, um do norte, outro do sul, mostrando como a
cooperação é importante hoje, num momento de discórdia, nalguns casos de
guerra, fazemos o oposto, construímos consensos, construímos
multilateralismo", disse, falando em inglês."Temos
uma abordagem de diálogo, mas diálogo aberto e diversificado, com
diferentes gerações – não apenas Estados, poderes políticos, mas
sociedades, empresas, ciência, tecnologia", prosseguiu.Segundo
o Presidente da República, "isto é tão promissor, tão promissor, num
tempo de alarme relativamente aos oceanos e à ação climática, que Lisboa
pode ser um ponto de partida para uma grande mudança na ação baseada na
ciência".Antes,
Marcelo Rebelo de Sousa voltou a elogiar António Guterres, a quem
agradeceu "por voltar a casa e recordar a sua ação como
primeiro-ministro aqui" e pelo seu "compromisso constante num assunto
que é tão importante para todos nós"."Tão
corajoso, um lutador, um lutador permanente pelos oceanos, pela ação
climática. E esta conferência é um exemplo do seu empenho", considerou.No
discurso que proferiu hoje nesta conferência, o primeiro-ministro,
António Costa, comprometeu-se a "100% do espaço marítimo sob soberania
ou jurisdição portuguesa seja avaliado em bom estado ambiental" e "até
2030 classificar 30% das áreas marinhas nacionais".Ainda
este ano, segundo António Costa, foi dado um passo nesse sentido ao ser
aumentada "em 27 vezes o tamanho da Reserva Natural das Ilhas
Selvagens, tornando-a na maior área marinha protegida do Atlântico
Norte"."Por
outro lado, na segurança alimentar, queremos transformar a pesca
nacional num dos setores mais sustentáveis e de baixo impacto a nível
mundial, mantendo 100% dos 'stocks' dentro dos limites biológicos
sustentáveis", declarou a seguir o primeiro-ministro.