Marcelo defende UE como parceiro essencial para a paz e faz apelo à Rússia
12 de jun. de 2025, 11:07
— Lusa/AO Online
Numa cerimónia
comemorativa dos 40 anos da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal
às Comunidades Europeias, no claustro do Mosteiro dos Jerónimos, Marcelo
Rebelo de Sousa apontou a paz como principal conquista comunitária."Nunca
mais guerras entre nós: este continua a ser o principal objetivo, a
principal razão de ser. Precisamos, por isso, nestes dias
conturbados, de um novo apelo Schuman, de um novo alerta às consciências
dos povos europeus, agora envolvidos em novos e terríveis conflitos",
considerou. O chefe de Estado referiu que
"a Europa vai geograficamente do Atlântico aos Urais" e sustentou que "a
sobrevivência da União Europeia depende igualmente da sua capacidade de
cultivar e manter um círculo de estados fronteiriços amigos ou, no
mínimo, pacificamente dialogáveis ou contíveis"."É
tempo de lembrarmos que já demonstrámos que o método comunitário
permite resolver os problemas sem guerras, com armas que não matam, mas
curam, promovem e pacificam. E que, se conseguimos evitar novas guerras
fratricidas no Centro da Europa, também as podemos sarar nas bordas
orientais e sulistas desta nossa casa comum", acrescentou.Neste
contexto, o Presidente da República reiterou a sua posição a favor de
uma "defesa comum" europeia com "reforçada capacidade e coesão" e
defendeu que a União Europeia "não é um parceiro lateral à construção da
paz na Europa, é uma componente essencial"."É
por isso tempo de a Federação Russa reconhecer o clamoroso erro
estratégico dos últimos já longos anos, culminando na intolerável
invasão da Ucrânia, e voltar ao concerto das nações, à sua cultura e à
sua ancoragem europeias", apelou.Antes,
Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma mensagem Estados Unidos da América:
"É por isso tempo de os nossos aliados transatlânticos recordarem as
vantagens políticas e económicas de estarem sempre ao nosso lado"."Para
usar a tão repetida expressão de Francisco em Lisboa, em 2023, se
verdadeiramente queremos paz e segurança na Europa, é tempo de sermos
todos, todos, todos europeus, antes que seja tarde de mais, antes que
haja vítimas de mais. Porque uma coisa é certa: nós, europeus, e nós,
portugueses, nunca desistiremos de lutar pela Europa, os seus valores e
princípios, hoje, agora e sempre", concluiu.