Marcelo dá posse a Gouveia e Melo como Chefe do Estado-Maior da Armada na 2.ª feira
23 de dez. de 2021, 18:36
— Lusa/AO Online
O Conselho de Ministros
aprovou propor ao Presidente da República a nomeação do
vice-almirante Gouveia e Melo para o cargo de Chefe do Estado-Maior da
Armada (CEMA), substituindo Mendes Calado.No
mesmo dia, ao final da tarde, através de uma nota na página da
Presidência da República, foi anunciado que Marcelo Rebelo de Sousa “vai
nomear Chefe do Estado-Maior da Armada o Senhor Vice-Almirante Henrique
de Gouveia e Melo e promovê-lo ao posto de Almirante”.“A
posse do futuro CEMA realizar-se-á na próxima segunda-feira, dia 27 de
dezembro, às 15h00 (menos uma nos Açores), de acordo com as regras adotadas pela Presidência da
República nas posses conferidas em pandemia”, refere a nota.Segundo
a Presidência da República, “depois de receber o Senhor Almirante CEMA,
e tendo em consideração a que haverá, muito em breve, legislação
orgânica sobre o Estado-Maior-General e os três ramos das Forças Armadas
– significando um novo ciclo político e funcional –, entendeu ser
chegado o tempo de proceder à referida exoneração”. Desta
forma, antecipa-se “alguns meses o termo do segundo mandato", o que vai
ocorrer "de acordo com disponibilidade manifestada" por Mendes Calado,
de acordo com a mesma nota.“O Presidente
da República agradece e louva o muito qualificado desempenho do Senhor
Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, aliás, no quadro de uma
carreira brilhante, e condecora-o com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo”,
anunciou.Sob proposta do Governo, com
parecer favorável do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e
após audição do Conselho do Almirantado, o Presidente da República vai
"nomear Chefe do Estado-Maior da Armada o Senhor Vice-Almirante Henrique
de Gouveia e Melo e promovê-lo ao posto de Almirante”.Há
dois meses, a 29 de setembro, um dia depois de terem surgido notícias
sobre esta mudança na chefia da Armada, Marcelo Rebelo de Sousa afastou a
exoneração imediata de Mendes Calado, referindo que estava acertada a
sua saída antes do fim do mandato, mas que não seria naquele momento.Sem
adiantar uma data para essa saída nem confirmar o seu substituto,
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu na altura que António Mendes Calado
mostrou "lealdade institucional" no exercício do cargo e realçou que
nesta matéria "a palavra final é do Presidente da República".Esta
polémica levou o primeiro-ministro, António Costa, a pedir uma
audiência ao chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas, em
que esteve acompanhado pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes
Cravinho, nessa mesma noite.No final desse
encontro no Palácio de Belém, o Presidente da República fez divulgar
uma nota a considerar que "ficaram esclarecidos os equívocos suscitados a
propósito da chefia do Estado-Maior da Armada".António
Mendes Calado era chefe do Estado-Maior da Armada desde 2018, tendo
sido reconduzido para mais dois anos de mandato em 16 de fevereiro deste
ano, com efeitos a partir de 01 de março.Nos
termos da lei orgânica das Forças Armadas, os chefes dos ramos são
nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do
Governo, que deve ser precedida da audição, através do ministro da
Defesa Nacional, do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas.O
vice-almirante Gouveia e Melo coordenou a equipa responsável pelo plano
de vacinação nacional contra a covid-19 entre 03 de fevereiro e 28 de
setembro.