Marcelo, Costa e Ferro em nova reunião com peritos com o país em desconfinamento
Covid-19
22 de mar. de 2021, 17:50
— Lusa/AO Online
No Infarmed, em Lisboa, a partir das 10h00 (menos uma nos Açores),
tal como tem acontecido desde fevereiro, estarão apenas presentes a
ministra da Saúde, Marta Temido, e a maioria dos epidemiologistas. Os
restantes participantes, Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Ferro
Rodrigues, os representantes de partidos, membros do Conselho de Estado
e parceiros sociais, vão acompanhar a reunião por videoconferência.Após
esta reunião entre políticos e peritos sobre a evolução da situação
epidemiológica de Portugal, na quinta-feira, a Assembleia da República
vai debater e votar o projeto de decreto presidencial para a renovação
do estado de emergência por novo período de 15 dias, com efeitos a
partir de 01 de abril e que abrangerá o período da Páscoa. Apesar
de a situação epidemiológica do país continuar a evoluir
favoravelmente, hoje, em declarações aos jornalistas, o Presidente da
República considerou muito provável que o quadro legal do estado de
emergência se prolongue até maio, enquanto houver atividades encerradas."Havendo
um plano de desconfinamento até maio, quer dizer que há atividades
confinadas parcialmente até maio. E, portanto, é muito provável que haja
estado de emergência a acompanhar essa realidade, porque o estado de
emergência legitima aquilo que, com maior ou menor extensão, são
restrições na vida dos portugueses", declarou Marcelo Rebelo de Sousa
aos jornalistas no final de uma visita à Escola Básica Parque Silva
Porto, em Benfica.O Presidente da
República deu assim como certa a renovação deste quadro legal durante
esta semana: "Eu decretarei a renovação do estado de emergência e
falarei depois ao país", adiantou.Hoje,
Portugal apresenta uma incidência de 81,3 novos casos de infeção com
SARS-CoV-2 por 100.000 habitantes e um índice de transmissibilidade (Rt)
de 0,89, segundo o boletim conjunto da Direção-Geral da Saúde (DGS) e
do INSA. De acordo com os mesmos dados oficiais, quando analisado apenas
o território de Portugal Continental, a incidência situa-se nos 70,3
casos por 100.000 habitantes e o Rt em 0,88. Estes
indicadores, incidência da doença por 100.000 mil habitantes e índice
de transmissibilidade (Rt), são os critérios definidos pelo Governo para
a avaliação contínua do processo de desconfinamento iniciado na passada
segunda-feira. O plano de desconfinamento
do Governo prevê novas fases de reabertura a 05, 19 de abril e 03 de
maio, mas as medidas podem ser revistas se Portugal ultrapassar os 120
novos casos de infeção pelo novo coronavírus por dia por 100 mil
habitantes a 14 dias, ou, ainda, se o índice de transmissibilidade (Rt)
do vírus SARS-CoV-2 ultrapassar 1.Ainda
como medida cautelar, tendo em vista evitar um drástico aumento da
mobilidade, a deslocação entre concelhos para a generalidade da
população continua interdita no próximo fim de semana e na semana da
Páscoa (26 de março a 05 de abril). E o dever de recolhimento
domiciliário vigora até à Páscoa,A 11 de
março, quando apresentou o plano de desconfinamento, António Costa disse
que a abertura de atividades se processaria "a conta-gotas". Assim, na
segunda-feira passada, apenas reabriram as creches, o ensino
pré-escolar, as escolas do primeiro ciclo do básico, o comércio ao
postigo e estabelecimentos de estética como cabeleireiros.Apesar
da redução progressiva do número de casos diários de Covid-19
verificados em Portugal, o primeiro-ministro tem deixado sempre uma
série de avisos, pedindo aos cidadãos para que não facilitem e que "o
vírus continua a andar por aí".No sábado,
na abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, advertiu que o futuro
em termos de desconfinamento depende da forma como os cidadãos gerirem
as próximas semanas. "É fundamental termos
todos a consciência de que esta pandemia não acabou e não acabará
enquanto não houver uma vacinação total, ou a descoberta de um
medicamento eficaz para a eliminação da covid-19. Embora hoje se possa
encarar com confiança o futuro, temos de perceber que esse futuro
depende muito da forma como gerirmos nas próximas semanas todo este
processo de desconfinamento", declarou.Neste
ponto da sua intervenção, António Costa reforçou a sua mensagem de
alerta, dizendo que esta "não é altura de baixar a guarda"."Não
é altura de facilitismos ou de andar a dizer que o sol está maravilhoso
e vamos todos aproveitá-lo, porque o vírus continua a andar por aí",
avisou, antes de fazer uma alusão à situação epidemiológica de vários
países europeus."Basta ver o que
infelizmente está a acontecer em muitos dos outros países nossos
parceiros da União Europeia. Julgavam já ter ultrapassado a fase mais
difícil, mas estão agora numa situação de regressão", acrescentou.