Marcelo avisa que só o Governo pode “enfraquecer ou esvaziar” estabilidade política
2 de jan. de 2023, 12:58
— Lusa/AO Online
“Está
ao nosso alcance tirarmos proveito de uma vantagem comparativa – que é
muito rara na Europa e no mundo democrático – e que se chama
estabilidade política, ademais com um Governo de um só partido com
maioria absoluta, mas, por isso mesmo, com responsabilidade absoluta”,
afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na tradicional mensagem de Ano Novo aos
portugueses, que este ano foi gravada na Embaixada de Portugal em
Brasília, já que viajou até ao Brasil para a tomada de posse do
Presidente Lula da Silva.Para o Presidente
da República, só o Governo e a sua maioria “podem enfraquecer ou
esvaziar” a estabilidade política “ou por erros de orgânica, ou por
descoordenação, ou por fragmentação interna, ou por inação, ou por falta
de transparência, ou por descolagem da realidade”.“Está
ao nosso alcance tirarmos proveito, neste tempo de guerra e de
instabilidade noutras paragens, da situação privilegiada de paz e de
segurança, para atrairmos turismo, investimento externo e localização de
recursos humanos qualificados”, defendeu.Segundo
Marcelo Rebelo de Sousa, está também ao alcance de Portugal tirar
“proveito de fundos europeus que são irrepetíveis e de prazo bem
determinado”.“Ora, tudo isto está ao nosso alcance. E nunca me cansarei de insistir que seria imperdoável que o desbaratássemos”, avisou.Por isso, salientou, o ano que agora começa “é decisivo”.“Se
o perdermos, em intervenção internacional, em atuação europeia, em
estabilidade que produza resultados e que seja eficaz, em oportunidade
de atração de pessoas e meios, em uso criterioso e a tempo de fundos
europeus, de nada servirá a consolação de nos convencermos de que ainda
temos 2024, 2025 e 2026 pela frente”, afirmou.Insistindo
que “um 2023 perdido compromete, irreversivelmente, os anos seguintes”,
Marcelo Rebelo de Sousa recordou este será “o único ano, até 2026, sem
eleições nacionais ou de efeitos nacionais”.“2024, 2025 e 2026 serão um longuíssimo período de constante campanha pré-eleitoral e eleitoral”, antecipou.O
chefe de Estado defendeu ainda que ao alcance de Portugal estão ações
“para ajudar a encurtar a guerra [na Ucrânia], mas de modo a nela
vencerem os valores e os princípios do Direito Internacional, e nunca
deixando de criar condições para preparar o pós-guerra”.“Está
ao nosso alcance, prevenirmos o risco do regresso da pandemia [de
covid-19]. Está ao nosso alcance, defendermos, com outros, as reformas
da Europa, sem as quais não garantiremos a sua resposta económica e
financeira, a sua preparação para mais alargamentos, e o que é
essencial, o seu reforço no mundo até para garantir a paz”, disse.Dirigindo-se diretamente aos portugueses, o Presidente da República enfatizou que este “tem de ser um ano ganho”.“Já
basta o que não depende de nós para nos preocupar ou amargurar. Não
desperdicemos o que só de nós depende. Depois de quase dois anos de
pandemia e quase um ano de guerra, é tempo de voltar a sonhar”,
concluiu.