Marcelo apela ao voto nas eleições e diz que escolha não é sobre um líder partidário
30 de set. de 2017, 20:21
— Lusa/AO Online
"Como cidadão, confio no vosso espírito de cidadania.
Como Presidente da República, confio no vosso amor à terra, seja ela
natal ou adotiva, que o mesmo é dizer: confio no vosso amor a Portugal",
declarou Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação a propósito das
eleições autárquicas de domingo, divulgada hoje na televisão e na rádio.Na
habitual mensagem presidencial transmitida em véspera de atos
eleitorais, o chefe de Estado salientou o caráter local destas eleições,
e separou-as de outras escolhas políticas: "Não se trata de escolher um
Presidente da República, um parlamento nacional, um Parlamento Europeu,
um Governo, um líder partidário"."Trata-se, antes, de legitimar
os que irão governar as vossas terras, as vossas freguesias, os vossos
municípios nos próximos quatro anos. E legitimar significa votar
amanhã", contrapôs, dirigindo-se aos eleitores.Marcelo Rebelo de
Sousa acentuou que os eleitos para as assembleias de freguesia, as
juntas de freguesia, as assembleias municipais e as câmaras municipais
são aqueles que "todos os dias mais próximos se encontram do povo e dos
seus problemas concretos"."Nestas fases eleitorais haverá sempre
quem aponte o entrecruzar de temas nacionais e locais, as
personalizações excessivas, o cansaço de alguns relativamente a alguma
política e alguns políticos", referiu, acrescentando: "Mas é um erro
generalizar juízos num período eleitoral que, genericamente, decorreu
com sentido cívico". O chefe de Estado reiterou a ideia, que tem
defendido em intervenções públicas, de que o poder local constitui "um
dos fusíveis de segurança" da democracia portuguesa."Sem ele,
como seria a resposta a necessidades básicas dos portugueses, quer em
tempos normais, quer, e sobretudo, em períodos particularmente
exigentes?", questionou. Neste contexto, dramatizou as consequências da abstenção nas eleições deste domingo."Depois
de tantos e tão difíceis anos de crise e até de tragédias comunitárias,
como os que temos vivido, nós sabemos todos que não votar em eleições
locais pode representar uma omissão incompreensível ou um descuido
imperdoável, e, o que é pior, de efeitos largamente incorrigíveis",
considerou.