Mapas das urgências podem ter constrangimentos mas são atualizados dia a dia
16 de jun. de 2024, 19:52
— Lusa/AO Online
“Temos
90% das urgências abertas [incluindo obstétricas e pediátricas], o que é
fruto de grande esforço por parte das equipas. Os mapas são atualizados
dia a dia, mas são atualizados em cima do que já está previsto nas
escalas. As férias são marcadas no primeiro trimestre e as escalas são
apresentadas para três meses, mas há imprevistos. Nós já herdámos esta
situação. No ano passado, por esta altura, tínhamos exatamente o mesmo
tipo de constrangimentos”, disse Ana Paula Martins.A
ministra da Saúde falava aos jornalistas no Hospital Fernando da
Fonseca, na Amadora (distrito de Lisboa), um dos equipamentos
hospitalares que visitou esta manhã para conversar com as equipas dos
serviços de Ginecologia/Obstetrícia.“Estamos a monitorizar ao dia tudo o que se passa nas nossas urgências”, disse Ana Paula Martins.Antes,
fonte do gabinete do Ministério da Saúde indicou à Lusa que em Portugal
continental estão hoje 90 serviços de urgência de todas as
especialidades abertos, sete fechados e nove com constrangimentos.A
mesma fonte avançou que os mapas que indicam quais os serviços de
urgência abertos no território continental estão a ser atualizados “pelo
menos uma vez por dia” e que o sistema SNS24/INEM é atualizado “ao
minuto”.O primeiro hospital visitado hoje por Ana Paula Martins foi o Hospital São Bernardo, em Setúbal.Em declarações à SIC na unidade, a ministra da Saúde admitiu que foram detetados erros na península de Setúbal.“De
facto, o sistema ainda não está a funcionar totalmente de forma
adequada e tivemos erros ontem [sexta-feira]. Estão a ser feitos testes.
Espero que na próxima semana os Serviços Partilhados do Ministério da
Saúde consigam ter esta informação, que é dinâmica, cada vez mais
perfeita. Admito que possam existir outros [erros além de Setúbal],
temos de estar sempre a avaliar enquanto não tivermos o sistema
otimizado”, disse, à saída do Hospital São Bernardo.Já
à chegada ao Hospital Fernando da Fonseca, quando questionada sobre se
consegue garantir que todos os constrangimentos vão ser superados, Ana
Paula Martins mostrou-se otimista, mas não se comprometeu em absoluto.“O
que o Ministério da Saúde consegue garantir é que tudo faremos para
minimizar os constrangimentos. Ninguém poderá, e eu também não, dizer
que não haverá constrangimentos. Esta organização não pode ser
conseguida em dois meses”, disse.Salvaguardando
que na Ginecologia e Obstetrícia, bem como na Pediatria, “a
previsibilidade é muito maior”, Ana Paula Martins admitiu, no entanto,
que “há zonas do país, incluindo de Lisboa e Vale do Tejo, onde se
depende muito de equipas de médicos que trabalham de forma tarefeira”.“E nessas situações é mais fácil haver constrangimentos que são imprevisíveis”, concluiu.A ministra da Saúde adiantou ainda que “daqui a duas semanas” começará a ser preparado o Plano de Inverno. “O
novo diretor-executivo [do Serviço Nacional de Saúde, António Gandra
d’Almeida] começará a preparação com os hospitais e com os responsáveis
da saúde, de forma a conseguirmos organizar as urgências de forma a
conseguirmos minimizar os constrangimentos já para o inverno”, referiu.