Mantém-se impasse entre técnicos de diagnóstico dos Açores e Governo Regional
13 de out. de 2020, 12:07
— Lusa/AO Online
"Não
podemos chegar a um entendimento quando da parte do governo dizem ‘isto
ou nada’. Aquilo que está neste momento colocado em cima da mesa por
parte do senhor presidente do Governo Regional é: ‘os senhores aceitam
isto ou não aceitam nada’. E isto não é negociar. O governo nunca quis
negociar até aos dias de ontem e ontem aparece-nos com uma solução de
imposição", afirmou o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos
Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS),
Fernando Zorro, em declarações à agência Lusa.O
sindicato e o presidente do Governo dos Açores, o socialista Vasco
Cordeiro, estiveram reunidos na segunda-feira à noite, depois de aqueles
profissionais não terem chegado a um entendimento com a tutela.Entre
as reivindicações está a "aplicação imediata da revisão da carreira,
transições justas para os TSDT nas três categorias da carreira e uma
grelha salarial equiparada a outras carreiras da administração pública,
com o mesmo nível habilitacional e profissional".Os
técnicos reivindicam também que "todo o tempo de serviço e a avaliação
de desempenho anterior ao processo de transição para a carreira especial
dos TSDT relevem para efeitos de progressão e alteração de posição
remuneratória”, com “o correto descongelamento de todos os TSDT efetuado
na nova tabela salarial, independentemente do vínculo laboral". Os profissionais têm vindo a realizar recentemente, nos Açores, greves e protestos em várias ilhas.Fernando
Zorro referiu que, após a reunião de segunda-feira com Vasco Cordeiro,
se "mantém a injustiça e não há paridade", embora tenha admitido que a
proposta apresentada pelo executivo "corrige algumas assimetrias, mas
mantém todas as desigualdades perante outros grupos profissionais da
saúde"."Na reunião de ontem com o
presidente do Governo Regional a grande esperança foi, no fundo,
conseguirmos perceber que o senhor presidente constatou que efetivamente
havia discriminação dentro do grupo profissional. Ou seja, pessoas que
tinham menos tempo de serviço iriam rapidamente passar à frente daquelas
que tinham mais tempo de serviço. O senhor presidente do governo
assumiu isso e diz que nos vai fazer chegar hoje uma proposta em que
isso vai ficar atenuado", explicou.O
vice-presidente do STSS adiantou que Vasco Cordeiro "não conseguiu
explicar porque é que faz tratamento diferente entre grupos
profissionais", frisando que a proposta governamental terá de ser
"materializada". O sindicato deixou o compromisso de dar uma resposta
sobre o documento até sexta-feira."Vamos
reunir-nos com os colegas e até sexta-feira daremos o ‘feedback’, se
continuamos com ações de luta ou intensificamos, mas tendo sempre, como é
nosso apanágio, propostas concretas e contrapropostas, de modo a não
interferir na vida dos açorianos", avançou Fernando Zorro, indicando que
ainda há "uma greve agendada entre os dias 20 e 23 de outubro".O
sindicato deixou junto da presidência o compromisso de "assumir um
protocolo com o Governo Regional" para futuramente, e numa próxima
legislatura, serem "corrigidas" questões fulcrais para os profissionais."Nós
não estamos aqui a fazer paninhos quentes, aquilo que nós queremos é
uma questão de justiça e não existe paridade entre outros grupos
profissionais", reiterou.O sindicato tem
vindo a sublinhar que os profissionais se sentem “injustiçados com a
falta de respeito do Governo Regional dos Açores", do PS, "na negociação
das suas carreiras, face ao que foi negociado com outras carreiras da
saúde na região”.