Manifestação reuniu cerca de 13 mil profissionais da PSP e GNR
21 de nov. de 2019, 18:42
— Lusa/AO Online
Face
a este número, este protesto de polícias, militares da GNR e apoiantes é
um dos maiores de sempre de forças de segurança, deixando a ameaça de
uma nova concentração de protesto a 21 de janeiro caso o Governo,
através do Ministério da Administração Interna, não solucione as
reivindicações da classe.O protesto
começou às 13:00 no Marquês de Pombal, em Lisboa, seguido de um desfile
pelas ruas Braancamp, Alexandre Herculano, Largo do Rato e São Bento,
para uma concentração em frente à Assembleia da República, rodeada de um
forte dispositivo policial. Pelas 18:00
já poucos manifestantes estavam concentrados em frente à Assembleia da
República, tendo a manifestação sido dado como terminada e os
manifestantes de fora de Lisboa começaram a dirigir-se para os
autocarros que os transportaram.Depois de
terminada a manifestação, o “Movimento Zero”, criado nas redes sociais e
que hoje foi bastante visível no protesto, marcou para a praça do
Comércio um “ato solene” a propósito dos confrontos entre forças de
segurança naquele local, há 30 anos, quando elementos da PSP exigiam a
constituição de sindicatos e foram repelidos pelos colegas do corpo de
intervenção, num incidente que ficou conhecido como “secos e molhados” Entre
as reivindicações da classe policial e militar da GNR está o pagamento
do subsídio de risco, a atualização salarial e dos suplementos
remuneratórios e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.Com
o lema “tolerância zero”, a manifestação conjunta foi organizada pela
Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) e Associação
dos Profissionais da Guarda (APG/GNR). Apesar
de o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, se ter reunido
na quinta-feira passada com os sindicatos mais representativos da PSP e
na segunda-feira com a APG/GNR, as estruturas decidiram manter o
protesto, por ainda não estar definido um calendário para a resolução
rápida dos problemas, apenas uma agenda de reuniões negociais. Em
comunicado, o gabinete do ministro informou que está em "preparação, em
diálogo com os sindicatos e as associações profissionais, a nova Lei de
Programação das Infraestruturas e Equipamentos para as Forças e
Serviços de Segurança do MAI [Ministério da Administração Interna], para
a período pós-2021, dando continuidade ao diploma que, desde 2017,
permitiu instituir um novo modelo de gestão estrutural e plurianual de
investimentos a realizar nas várias valências operacionais".Propõe
ainda a definição de um Programa Plurianual de Admissões, "por forma a
garantir o rejuvenescimento das Forças de Segurança", a "preparação de
um diploma específico sobre Segurança e Saúde no Trabalho aplicável às
Forças de Segurança" e a "análise e revisão de suplementos
remuneratórios, incluindo a questão do pagamento faseado dos suplementos
suspensos entre 2011 e 2018".Estas são
também as reivindicações das organizações que hoje se manifestaram, por
considerarem que estas propostas não eram suficientes ainda para
desmarcar a manifestação, reiterando que o primeiro-ministro e o próprio
ministro da Administração Interna ao longo dos quatro anos da
legislatura anterior tiveram tempo de analisar e estudar os problemas e
que agora é tempo de agir o mais brevemente possível.Entre
as reivindicações que motivaram o protesto e além dos aumentos
salariais está também a atualização dos suplementos remuneratórios, que
“há mais de 10 anos que não são revistos”, o pagamento de um subsídio de
risco e mais e melhor equipamento de proteção pessoal.Os
polícias exigem também uma fiscalização das condições de higiene, saúde
e segurança no trabalho e que seja cumprido o estatuto na parte
referente à pré-aposentação aos 55 anos.A
ASPP/PSP e a APG/GNR sublinharam que o novo Governo “não pode escudar-se
na falta de conhecimento dos problemas nem desvalorizar as promessas
feitas nos últimos quatro anos", lamentando que, até ao momento, não
tenha sido dada “uma palavra sobre o futuro destas instituições”.