Mandatária do Aliança diz que política de inclusão está “deficiente”
Açores/Eleições
21 de out. de 2020, 14:30
— Lusa/AO Online
“A
política regional de inclusão está deficiente, porque não está a ouvir
as pessoas que precisam de ser incluídas. Os apoios que precisam não são
subsídios. Precisa-se deles, sim, mas acima de tudo de ouvir as
pessoas, perceber o que precisam”, declarou Micaela Rodrigues.Para
Micaela Rodrigues, enquanto se "atribuir subsídios ao desbarato e não
houver a preocupação de ouvir as associações, porque são quem lida
diretamente com as pessoas", os cidadãos portadores de deficiência
acabam por "não querer votar", porque não acreditam "em quem se está a
pôr no poder”, acrescentou.A portadora de
paralisia cerebral, que com Mário Fernandes, cabeça de lista pela ilha
de São Miguel do Aliança/Açores, promoveu um roteiro para auscultar as
associações representativas dos portadoras de deficiência, apesar da sua
situação, afirma que “não tinha noção que o incluir está tão
pequenino”.“O pequenino que eu falo não é
do número de letras que leva a palavra incluir mas no que é preciso
fazer para se incluir, de facto. Votar ainda é uma complicação tremenda
para qualquer pessoa que tenha qualquer tipo de problema nesta ilha. Mas
não tinha a noção de uma pessoa cega só pode votar se se fizer
acompanhar por alguém da sua confiança, o que é assassinar a liberdade
das pessoas”, afirma a mandatária regional.O
Aliança/Açores, que suspendeu a sua ação de rua, optando pela via
'online', dedicou o décimo primeiro dia de campanha eleitoral para as
legislativas regionais de domingo à apresentação das conclusões do
Roteiro para a Inclusão, em Ponta Delgada.Considerando
que a “votar é um direito de toda a gente” e que “a inclusão começa
aí”, Micaela Rodrigues questiona-se sobre “porque é que quem está a
governar agora não ouve" as associações representativas dos portadores
de deficiência.A portadora de paralisia
cerebral adianta que há exclusão “no dia a dia”, apontando o exemplo de
uma simples ida ao multibanco, não havendo na sua zona de residência uma
caixa com acesso a cadeiras de rodas. As
legislativas dos Açores decorrem com 13 forças políticas candidatas aos
57 lugares da Assembleia Legislativa: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM,
Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.No
arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada
uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não
aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.