Autor: Lusa/AO Online
Na votação realizada na manhã desta terça-feira, Metsola obteve 458 votos entre 616 votos expressos, superando por larga margem a maioria absoluta de que necessitava (309), anunciou o eurodeputado português Pedro Silva Pereira, que dirigiu o ato eleitoral enquanto segundo vice-presidente da assembleia.
Apesar de ter três oponentes nesta eleição - a sueca Alice Bah Kuhnke (Verdes/Aliança Livre Europeia), que foi a segunda mais votada, com 101 votos, o polaco Kosma Zlotowski (Conservadores e Reformistas Europeus) e a espanhola Sira Rego (Grupo da Esquerda) -, a vitória de Metsola, até agora primeira vice-presidente do Parlamento Europeu, era já esperada, em função do entendimento entre as três maiores bancadas do hemiciclo, que previa que a presidência da assembleia europeia na segunda metade da legislatura coubesse a uma figura escolhida pelo PPE, de centro-direita, após o socialista Sassoli a ter assumido nos dois primeiros anos e meio.
Roberta Metsola, que cumpre hoje 43 anos, advogada, torna-se a terceira mulher a presidir ao Parlamento Europeu – depois das francesas Simone Veil e Nicole Fontaine -, a primeira maltesa a dirigir uma instituição europeia, e ainda a mais jovem presidente de sempre da assembleia europeia.
Ainda hoje, os eurodeputados vão eleger os 14 vice-presidentes e os cinco questores, que compõem a Mesa do Parlamento Europeu, escolha que determinará a composição deste órgão nos próximos dois anos e meio, ou seja, até 2024.
Todos os cargos eleitos do Parlamento Europeu (presidente, vice-presidente, questor, presidente e vice-presidente de comissão e presidente e vice-presidente de delegação) são renovados a cada dois anos e meio em dois anos e meio.
A eleição – que já estava há muito agendada para esta primeira sessão plenária do ano, independentemente do estado de saúde do anterior presidente – ocorre um dia após o Parlamento Europeu ter prestado homenagem a David Sassoli, numa cerimónia no hemiciclo de Estrasburgo, durante a qual vários dirigentes europeus destacaram o legado que deixa na Europa, marcado pela defesa dos mais vulneráveis.
Sassoli morreu a 11 de janeiro, aos 65 anos, em Aviano (Itália), onde se encontrava hospitalizado desde 26 de dezembro, sendo o primeiro presidente do Parlamento Europeu a morrer em exercício de funções nas quais estava prestes a ser substituído, no cumprimento de um acordo de partilha do mandato de cinco anos.
David Sassoli contraiu uma pneumonia em setembro de 2021, que o obrigou a receber tratamento hospitalar em Estrasburgo e, embora tenha recebido alta hospitalar uma semana depois, prosseguiu a recuperação em Itália e esteve mais de dois meses ausente das sessões plenárias do parlamento, regressando no final do ano.
O funeral do político italiano, com honras de Estado, teve lugar na passada sexta-feira, em Roma.
Felicitada por Pedro Silva Pereira, pela eleição e pelo aniversário, e convidada a assumir o cargo, as primeiras palavras de Metsola enquanto presidente foram precisamente em memória de Sassoli.
“Um
lutador, sempre em defesa dos valores comuns da democracia, dignidade,
justiça, solidariedade, igualdade, Estado de direito e direitos
fundamentais”, assinalou.