Mais notas estragadas por inundações chegam ao Banco de Portugal para recuperar
Mau tempo
12 de jan. de 2023, 12:58
— Lusa/AO Online
O Banco de Portugal divulgou
hoje a nova edição do seu podcast em que informa que notas danificadas
por inundações em habitações e estabelecimentos comerciais podem ser
recuperadas com o serviço de valorização de notas do Banco de Portugal.Entrevistado
no podcast, o coordenador de área operacional de numerário, José Luís
Ferreira, disse que "há evidências de que as recentes inundações em Lisboa aumentaram ligeiramente a entrega de notas húmidas" e que o banco
central "aguarda que as inundações que estão a ocorrer no Norte do país
também possam promover um movimento de acréscimo de serviço".Qualquer
cidadão que tenha notas destruídas ou mutiladas de forma acidental
(estragadas por humidade, queimadas, comidas por animais, entre outros
motivos) podem enviá-las para o Banco de Portugal para que sejam
valorizadas (pode entregar as notas num balcão do BdP ou enviá-las por
correio). Para que uma nota de euro seja
valorizada, mais de 50% da superfície tem de poder ser reconstituída
para ser possível garantir a sua autenticidade pelos elementos de
segurança (no caso das notas de escudo eram 75%). Se
for possível valorizar a nota, esta é destruída e é dado aos cidadãos o
montante correspondente. Numa nota de 20 euros mesmo que só metade seja
visível o valor de 20 euros é creditado na conta do apresentante ou do
legítimo proprietário. Já se as notas forem irreconhecíveis, são dadas
como perdidas, destruídas e a proprietário não recebe qualquer
compensação.O serviço de valorização de
notas recuperou 324.853 notas entre 2002 e 2021, tendo restituído quase
12,6 milhões de euros a cidadãos que tinham notas de euro e escudo
destruídas ou mutiladas e que, sem esse serviço, perderiam o dinheiro.Apenas nos incêndios de 2017 chegaram ao Banco de Portugal 4.022 notas para serem valorizadas.Todos
os casos de notas destruídas que chegam ao Banco de Portugal para serem
valorizadas são declarados à Unidade de Informação Financeira da
Polícia Judiciária (PJ) e ao Departamento Central de Investigação e Ação
Penal (DCIAP), para prevenir eventuais crimes. Na entrega das notas, os
cidadãos têm de preencher um formulário com os seus dados e o contexto
em que as notas foram destruídas. Se o numerário tiver sido
deliberadamente danificado não é elegível para substituição.