Mais duas decisões judiciais dão razão a docentes que pedem reingresso na CGA
14 de abr. de 2025, 11:03
— Lusa/AO Online
A Federação
Nacional dos Professores divulgou as decisões daqueles dois órgãos
judiciais que consideraram improcedentes os recursos apresentados pela
Caixa Geral de Aposentações (CGA), Ministério da Educação e Instituto de
Segurança Social, depois de os tribunais de 1.º instância terem dado
razão aos docentes.Em causa está uma luta
de vários anos dos professores que querem regressar para a Caixa Geral
de Aposentações. Em 2023, milhares foram reintegrados, mas muitos outros
viram negado esse pedido, sendo obrigados a permanecer na Segurança
Social, que é um regime menos vantajoso para os trabalhadores.No entanto, os professores com a ajuda dos sindicatos têm avançado com ações judiciais.Um
dos casos que deu razão a uma professora foi alvo de recurso, mas o
Ministério Público manteve a primeira decisão judicial, considerando o
recurso improcedente. "É irrelevante a
existência de interrupções temporais entre contratos, quer se trate de
uma interrupção de dias, meses ou anos do exercício de funções públicas
docentes", refere a decisão datada de 7 de abril e citada agora pela
Fenprof.A docente "não deveria ter passado
a descontar para a Segurança Social com a assinatura do contrato, em
17/4/2008, devendo ter continuado a efetuar descontos para a Caixa Geral
de Aposentações como ocorreu até então. Termos em que somos de parecer
que este recurso deverá improceder", acrescenta a decisão do MP. Dois
dias depois, também o Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga
concluiu que “deve ser negado provimento ao presente recurso,
mantendo-se na íntegra a sentença recorrida”. A
Fenprof volta a salientar que os tribunais têm-se pronunciado
favoravelmente à pretensão dos professores e que face ao número de
sentenças que “referem a inconstitucionalidade do disposto na Lei n.º
45/2024, o Tribunal Constitucional irá mesmo promover a fiscalização da
referida lei”. A história remonta quase ao
início do século quando, em 2006, o Governo decidiu passar para a
Segurança Social os professores que descontavam para a CGA.Com
o apoio dos sindicatos avançaram com ações judiciais que lhes deram
razão no direito de regressar à CGA. Em 2023, foram informados de que
poderiam todos regressar à CGA, mas a determinada altura o processo foi
suspenso: Uns transitaram para a CGA e outros mantiveram-se na Segurança
Social. Nesse momento, os sindicatos voltaram a recorrer aos tribunais.