Mais de um terço dos jovens portugueses já se sentiu desconfortável na Internet
17 de set. de 2019, 12:54
— Lusa/AO Online
O estudo, conduzido pela Netsonda e promovido
pelo Faceboook, hoje divulgado, revela que 38% dos jovens já se sentiram
desconfortáveis enquanto navegavam na internet, em oposição com os
restantes 62% que dizem nunca terem sentido qualquer incómodo.Dos
jovens inquiridos, 14% admitiram mesmo já terem dito algo ofensivo ou
terem agido incorretamente com alguém através da ‘web’, sendo que
“chamar nomes” foi o ato mais apontado. Comparando rapazes com raparigas, eles são mais agressivos também na Internet (17% contra 10% das raparigas).Perante
a hipótese de alguém ser desagradável com eles ou com alguém seu
conhecido, a maioria optaria por enviar mensagem privada ao “agressor”
ou pedir ajuda aos pais, professores ou algum adulto de confiança. No
entanto, 29% ignorariam o ato, enquanto outros 22% optariam por falar
diretamente com a pessoa. Os amigos surgem como a quinta opção: 19%
dizem que recorreriam aos seus amigos para tentar resolver o problema.É
através das redes sociais que os jovens se mantêm em contacto com os
amigos, mas é também em frente a um ecrã que se divertem, acompanham as
novidades e tendências, segundo um inquérito online realizado durante o
mês de agosto a mil jovens portugueses, entre 14 e 19 anosO
estudo tentou perceber o que fazem os mais novos quando estão nas redes
sociais, de que forma acedem à Internet, como reagem perante uma
“agressão” virtual ou que experiências já vivenciaram.Hoje
em dia, são raros os jovens que não têm um ‘smarphone’ e é através dele
que acedem à Internet: 69% usam o telemóvel, seguindo-se o computador
(17%).As consolas de vídeo jogos e o computador de família são as opções menos recorrentes (2%).É
precisamente para estar em contacto com os amigos que os jovens mais
usam as redes sociais (79%), mas também como forma de entretenimento
(61%).Já 49% dizem que lhes permite
acompanhar as novidades das marcas e os “influencers”. Numa comparação
entre rapazes e raparigas, elas estão muito mais interessadas em
acompanhar as tendências (60% contra 39% de rapazes) enquanto eles usam
muito mais as redes para entretenimento (74% contra 47%).“Ler
notícias” também é um dos principais motivos para usar as redes
sociais, principalmente entre os mais velhos: os jovens entre os 17 e os
19 anos colocam esta função em terceiro lugar, enquanto entre os mais
novos o desejo de se manter informado surge em quinto.Apenas um em cada três jovens diz usar as redes sociais para manter o contacto e ver as publicações da família. O
estudo hoje divulgado revela ainda a atitude que os jovens imaginam que
teriam perante um eventual abuso, sendo apresentada a hipótese de ser
publicada uma fotografia sua sem consentimento: oito em cada dez (79%)
dizem que pediriam que a foto fosse retirada, 76% acreditam que
reportariam a situação à rede social e 61% retiravam a sua identificação
da imagem.No universo de inquiridos, 60% já comunicaram situações nas redes sociais.Bloquear
ou deixar de seguir alguém já faz parte dos hábitos dos jovens, com
mais de 60% dos inquiridos a admitirem que já utilizaram estas
ferramentas para gerir o contacto ‘online’ com outros.Apenas 3% desconheciam que tal era possível e 12% disseram conhecer essa opção, mas nunca a utilizaram.O
estudo tentou ainda perceber se seriam capazes de partilhar as suas
‘passwords’ com alguém. A maioria disse que não, mas 35% responderam
afirmativamente, colocando a família, os namorados e os melhores amigos
como as pessoas a quem estavam dispostos a entregar as palavras passe de
acesso às redes sociais, e-mails ou ‘smartphones’. Um em cada 100 jovens disse mesmo que partilharia a ‘password’ com os professores ou diretores da escola.